Operadoras de telecom tem 6% das redes afetadas no Litoral Norte de SP

O Ministério das Comunicações (MiniCom) e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) reuniram nessa quarta (22) associações e prestadoras do serviço para avaliar danos causados pelas chuvas no litoral norte de São Paulo e entender medidas para reestabelecer a comunicação no local. Claro, Vivo e TIM avaliam ter até 6% das redes afetadas no momento, sendo São Sebastião a cidade com a situação mais crítica – a Oi não tem infraestrutura na região.

As chuvas que atingem a região desde domingo – e que atingiram volume recorde na história do Brasil – causaram deslizamentos e abalaram a infraestrutura da região, incluindo a queda de postes e antenas com estações rádio-base, o que prejudicou a comunicação na região. A tragédia, até a publicação dessa matéria, deixou 47 mortos e pelo menos 38 desaparecidos, jogou luz sobre a importância dos serviços de telecomunicações em situações de desastre natural.

Além disso, com muitas estradas bloqueadas, o acesso aos locais que estão com as redes danificadas é difícil. Muitas pessoas estão isoladas e algumas praias só são alcançáveis pelo mar.

“Estamos vendo o quanto o nosso setor e os serviços de telecom são importantes na vida das pessoas e, em um momento como esse, fazem a diferença para salvar vidas. É um momento delicado, em que muitas famílias perderam vidas e ainda estão procurando por pessoas”, disse o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, em comunicado.

Segundo as operadoras, o cabeamento de fibra óptica na região tem sido consertado para o reestabelecimento da comunicação na região, mas com os postes derrubados não o cabeamento está exposto por não haver infraestrutura adequada.

Na terça-feira (21), o MiniCom e a Telebras dizem ter iniciado o envio de 10 antenas portáteis para auxílio de comunicação via satélite em São Sebastião, além de dois engenheiros para suporte e treinamento para a utilização dos equipamentos. As antenas prometem conexão de 20 Mbps de download de 2 Mbps de upload.

As operadoras também dizem estar mantendo pontos de acesso abertos a redes de internet Wi-Fi para facilitar a comunicação em regiões atingidas – principalmente para os gestores locais, voluntários e vítimas desabrigadas.

Resgate e prevenção

Além do envio de servidores e equipamentos pela Anatel para localizar vítimas usando sinais emitidos por aparelhos eletrônicos – conforme o IT Forum descreveu nessa matéria, a Agência obteve relatório da Defesa Civil e confirmou o envio de mensagens de alertas públicos via TV por assinatura, aplicativos de mensagens instantâneas (WhatsApp e Telegram) e SMS para celulares cadastrados de forma voluntária pela população. O serviço é feito pela Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), que diz ter emitido por SMS mais de 125 alertas e 10,7 milhões de notificações.

O problema é que o sistema depende de cadastro voluntário, e conforme apontado por jornais de grande circulação, muitas pessoas não receberam.

“Estamos estudando um sistema similar ao que é utilizado nos Estados Unidos, em que todos os celulares ativos numa região de perigo recebem o alerta, de forma obrigatória, na tela do aparelho”, justificou o presidente da Anatel, Carlos Baigorri.

Na reunião também foi idealizada a criação de um protocolo emergencial permanente do setor de telecomunicações para situações semelhantes.