Oposição pedirá impeachment de Barroso após dizer que derrotou o bolsonarismo

Deputados da oposição anunciaram nesta quinta-feira, 13, que pretendem apresentar pedido de impeachment do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), após falas do magistrado contrárias a bolsonaristas, como são chamados os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Nas redes sociais, o líder da oposição da Câmara, deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), falou em crime de “exercer atividade político-partidária” e questionou se a declaração seria “normal”. “Escrachou de vez? Imagine um ministro do STF dizendo numa palestra que eles “derrotaram o lulo-petismo”. A oposição entrará com processo de impeachment contra Barroso por cometer crime de “exercer atividade político-partidária”, previsto no art. 39, da lei 1079/50”, escreveu o deputado, no Twitter. A fala de Jordy se refere à declaração feita por Luís Roberto na quarta, durante discurso em evento da União Nacional dos Estudantes (UNE). Na ocasião, ao lado do ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino (PSB-MA), Barroso disse “aqueles que gritam, que não colocam argumentos na mesa, isso é o bolsonarismo”, em referência aos protestos de estudantes contra ele. “Lutei contra a ditadura e contra o bolsonarismo. Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”, completou.

O senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) também criticou Barroso e afirmou que, com a declaração pública contrária à direita, “fica claro que suas decisões sempre serão tendenciosas”. O ex-presidensiável Felipe D’Avila (Novo), por sua vez, comparou a postura do ministro a de um militante político. “Uma vergonha que mancha ainda mais a imagem desgastada do Supremo Tribunal Federal”, escreveu. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) também defendeu o impeachment de Luis Roberto Barroso e exaltou: ” Se, por um milagre, houver justiça nesse país, a perda do cargo é inegável”, enquanto a deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) apontou crime de responsabilidade. “Exercer atividade político-partidária é vedado a Ministros do Supremo e configura crime de responsabilidade”, afirmou.

A declaração de Barroso repercute nas redes sociais e o nome do ministro aparece, neste momento, como o quarto termo mais mencionado no Twitter Brasil. Outros termos ligados à fala, como “bolsonarismo”, Supremo Tribunal Federal e “perdeu mané”, em referência a outro episódio polêmico envolvendo declarações do magistrado, também figuram entre os itens mais comentados da rede social nesta manhã. Com a repercussão do caso, o Supremo Tribunal Federal divulgou uma nota para explicar as declarações de Luís Roberto Barroso. O texto afirma que a fala do ministro se refere ao voto popular e não à instituição. “Apesar do divulgado, os três foram muito aplaudidos. As vaias —que fazem parte da democracia— vieram de um pequeno grupo ligado ao Partido Comunista Brasileiro, que faz oposição à atual gestão da UNE. Como se extrai claramente do contexto da fala do ministro Barroso, a frase ‘nós derrotamos a ditadura e o bolsonarismo’ referia-se ao voto popular e não à atuação de qualquer instituição”, diz o texto.

Veja manifestações de políticos sobre o caso: