Veja quais são os 10 golpes de internet mais praticados durante o Natal e como se proteger

Neste período de Natal, muitas mensagens de boas festas são enviadas por WhatsApp, Telegram, Instagram e Facebook, além do tradicional e-mail. Entretanto, assim como o clássico “cavalo de troia” traz um presente maléfico, diversas mensagens aparentemente bem-intencionadas podem vir com um link ou anexo surpresa para contaminar o seu computador ou celular e, assim, roubar seus dados. Confira os 10 golpes de internet mais praticados neste período:

  1. Sites de bancos clonados

Promoções de Natal podem chegar até você com algum botão que leve direto para pagamento do valor, entretanto, esse botão pode não apontar necessariamente para o site do banco oficial, e sim para um site que aparentemente é igual ao do seu banco, mas quando você for digitar sua agência e conta para entrar, o falso site do banco coleta seus dados e entrega para um criminoso acessar. Esse golpe foca justamente em clonar o site de diversos bancos e hospedar em endereços (domínios) com poucas variações. Por exemplo: de itau.com.br, para itau.co, ou iitau.com; esses detalhes podem enganar até os mais experientes, e quando for ver, seus dados foram clonados e diversas compras podem cair na sua fatura ou até transferência serem realizadas em virtude desse golpe. Solução? Não clicar em nenhum link de pagamento que venha por mensagens ou e-mails.

  1. Falsos pedidos de ajuda

Por ser Natal, você pode se comover e pensar que nem todos têm as mesas condições de comer e beber, e é verdade. Porém, muitos criminosos se aproveitam desse sentimento de caridade e por telefone ou mensagem te enviam pedidos para você transferir dinheiro para uma determinada conta. O problema não está na caridade, mas sim no fato de que essa conta pode não ser da pessoa a ser ajudada ou até ser uma conta “laranja” para recebimento de valores ilegais, algo que pode até envolver você como participante de uma quadrilha durante uma investigação policial, e até explicar pode te dar uma enorme dor de cabeça. Solução? Faça contribuições de Natal, mas apenas para as igrejas ou instituições que você conhece e sabe que o trabalho é sério.

  1. Uso não autorizado de celulares ou computadores

É comum nessa época seus familiares ou até um desconhecido entregar o computador ou o celular na sua mão para que você possa tirar uma foto para ele, entretanto, muitos esquecem que a pessoa também poderá ver, mesmo que rapidamente, sua galeria de fotos depois, o que pode comprometer sua privacidade ou despertar outras curiosidades sobre o que você tem mais armazenado no dispositivo. Solução? Coloque sempre senha em seu celular ou computador, ative biometria e, se for pedir para alguém tirar foto para você, que seja através da função de tela bloqueada, e não diretamente do app da câmera.

  1. Engenharia Social

As enganações de clientes vão desde os estabelecimentos oferecerem falsas promoções online, como visto anteriormente, até os clientes enganarem as lojas com falsos dados. Em ambas as opções está o uso da técnica de Engenharia Social, que se vale da ingenuidade humana para obtenção de vantagens líticas ou ilícitas. Nessa época de Natal, onde muitos estão mais “emotivos” e apressados com a correria de fim de ano, torna-se mais fácil ser convincente e enganar os outros. Diversos casos de compradores pela internet ligam no estabelecimento antes de efetuarem o pagamento do boleto ou do processo de pagamento do cartão ser efetuado e pedem para retirar o produto no mesmo instante. Por outro lado, muitas lojas também enganam o cliente coletando os seus dados pessoais para um possível desconto que na verdade não existe. Solução? Valide sempre as informações antes de aceitar ou rejeitar algo. Quer saber também por que a Engenharia Social é mais utilizada nas épocas de férias? Assista ao vídeo abaixo onde explico o motivo, especialmente para a nossa coluna da Jovem Pan:

  1. Golpes com o cartão de crédito

O Natal é a segunda data que mais movimenta o comércio no Brasil, perdendo apenas para o Dia das Mães. Muitos estabelecimentos de varejo, lojas, magazines e shopping centers comemoram os recordes de vendas. No entanto, também existem comerciantes que, de modo criminoso, colocam máquinas leitoras de cartões fraudadas, capazes de coletar sua senha e outros dados do seu cartão de crédito ou débito para ser utilizado em compras via internet. Solução? Evite comprar em lojas de rua que você desconhece. Se for em lojas virtuais, prefira sempre o cartão virtual que o seu banco oferece para que seja mais fácil o bloqueio nos casos de compras não reconhecidas.

  1. Falsas promoções

Um mês após a “Black Friday”, muitos comerciantes não conseguiram vender seus produtos. Por outro lado, os compradores se lamentam por não terem aproveitados as ofertas do fim de novembro. Esse é o cenário perfeito para que no Natal os estabelecimentos (sem ética) anunciem falsas promoções, que vão desde subir o preço dos produtos dias antes do Natal a ofertar um produto e entregar outro. Porém, algo mais preocupante é quando as compras são feitas pela internet. Nestes casos, a compra se torna muito mais emotiva e impulsiva, pois a experiência pela internet é mais rápida do que no mundo real, o que pode aumentar muito as vítimas de golpes virtuais de falsas promoções nessa época. Solução: Antes de comprar, tente ligar na loja física para perguntar se a promoção do site realmente é válida, pesquise se outras pessoas compraram e qual está sendo a avaliação do produto. Veja também “Quais são os dez golpes mais comuns da Black Friday e como escapar deles.

  1. Cobranças dobradas

É muito comum a empresa que vende ser diferente da empresa que entrega. Nesse caso, pode haver uma cobrança indevida tanto do produto como da taxa de entrega. Muitas vezes isso ocorre de modo acidental, por falta de comunicação entre as empresas, mas também pode acontecer de modo intencional por uma das partes. Isso ocorre não apenas na relação cliente/consumidor no varejo, mas também no comércio de serviços como no Uber, nos casos em que você pede o carro para um parente seu. Para Aparecida Souza, motorista de aplicativo na região da cidade de São Paulo, existem motoristas que se aproveitam dos passageiros desatentos ou com pressa e dizem que a corrida não está paga devido ao cartão recusado e que o passageiro deve realizar o pagamento em dinheiro ou Pix. Solução? Confirme sempre com o estabelecimento antes de efetuar o pagamento e, em alguns casos, ligue até o seu banco ou veja o seu extrato para saber se já não foi debitado.

  1. Golpes em marketplaces P2P

Não apenas no Natal, mas em outras épocas também, é muito comum pessoas comprarem produtos de outras pessoas físicas onde ambas negociam diretamente. Nesse modelo, um golpe que cada vez mais tem feito vítimas é uma pessoa colocar à venda um celular em marketplaces como Mercado Livre, o do Facebook, OLX, grupos de desapego, entre outros, e um comprador clicar em “comprar”, enviar um falso comprovante de Pix pedindo para o vendedor (desatento) enviar o produto sem antes confirmar se o valor realmente caiu na conta. Para Paulo Emerson, vice-diretor do Comitê Público da Associação Nacional dos Profissionais de Privacidade de Dados (ANPPD), outra variante é também o comprador ir encontrar o vendedor em um local e o mesmo assaltar o vendedor, levando o produto. Solução? Confira sempre se os valores estão presentes em conta corrente e marque encontros sempre em locais públicos e seguros.

  1. Telefonema para retirada de cartão de crédito

Você está em casa e recebe de urgência uma ligação de uma suposta operadora dizendo que é do seu banco e que o seu cartão foi clonado e te pergunta se você reconhece algumas compras feita. Óbvio que você diz que não e, em seguida, a atendente (falsa) diz que você foi vítima de fraude e que cancelará o seu cartão e enviará imediatamente um motoboy do banco para retirar o cartão fraudado. É aí que o motoboy vai até você, solicita o seu cartão e a senha que você usava, além de te deixar um falso comprovante em nome do banco. Daí em diante, diversas compras são feitas em seu cartão. Solução? Nunca entregue os seus cartões a terceiros e muito menos valide quaisquer dados pessoais pelo telefone. Na dúvida, espere até o dia útil seguinte e ligue diretamente para o seu gerente.

  1. Maquininha que cobra via aproximação

Comum em lugares de compras muito cheios, em que os criminosos observam onde a vítima guarda os cartões após finalizar os pagamentos, aproximam-se dela com um determinado valor já programado na maquininha de cartão que permite pagamento por aproximação, e em seguida aproximam do bolso/bolsa/mochila para que o pagamento seja realizado através da tecnologia NFC, sigla para Near Field Communication (algo como Comunicação de Campo Próximo). Trata-se de uma tecnologia de comunicação sem fio entre dois dispositivos fisicamente próximos um do outro. A simples aproximação entre eles é suficiente para que uma ação seja realizada, e no caso em questão, uma aproximação dos cartões de crédito e débito sem que a pessoa perceba, finalizando o golpe.

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