Padilha volta a criticar MST por invasões e diz que ‘há outras formas de luta’

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, voltou a criticar nesta sexta-feira, 21, as invasões a fazendas e propriedades rurais pelo Movimento Sem Terra (MST). Segundo o ministro, os grupos sociais possuem “outras formas de lutar” e reivindicar direitos. “Discordo de qualquer tipo de invasão de áreas produtivas, sobretudo áreas em que estão se desenvolvendo pesquisas, como forma de luta. Acredito que o MST e outros movimentos disponham de outras formas de luta, que podem conquistar ainda mais a sociedade para causas importantes como reforma agrária, agricultura familiar e produção de alimentos no nosso país”, afirmou. Na última terça-feira, 18, o ministro já havia condenado atos que danifiquem áreas produtivas, após invasão do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ao terreno da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Petrolina. “Condeno veementemente qualquer ato que danifique processos produtivos, áreas produtivas, que não é a melhor forma de lutar por qualquer coisa. Eu condeno veementemente qualquer atitude que possa atrapalhar a produção”, disse Padilha.

As falas do membro do primeiro escalão do governo Lula ocorre em meio às recentes invasões do chamado Abril Vermelho. Como a Jovem Pan mostrou, políticos de esquerda e direita criticam as invasões por todo o Brasil. O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), diz que a motivação tem cunho político: “Me parece muito mais uma ação política do que uma ação que, de fato, queira ter algum resultado prático”. O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), rechaça as ações e afirma que é preciso construir políticas de reforma agrária. “É fundamental que o Brasil possa ter tranquilidade no campo, segurança jurídica, segurança à propriedade de terra”, defendeu Barbalho. O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB) engrossa o coro e condena os atos: “Na hora em que o movimento ocupa uma sede da Embrapa, uma área da Embrapa, ele perde apoio político. Na hora em que ocupa a sede do Incra, também. E é um processo de reflexão na hora em que ocupa propriedades produtivas. Então, o momento exige uma reflexão do movimento e exige um processo mais acelerado de políticas públicas na área de política agrária”.