Painel Telebrasil: viabilizar a sustentabilidade das redes é o clamor do setor

Sustentabilidade da Rede, pauta do Painel Telebrasil. Crédito- Divulgação
O fair share está na pauta prioritária do setor. Crédito-Divulgação

Viabilizar a sustentabilidade das redes de telecom  pelo pagamento das big techs ao exponencial incremento de dados foi o principal mote do Painel Telebrasil Summit, que reúne os maiores players do setor, reunidos hoje, 12, em Brasília. ¨Há uma evidente distorção no mercado, afirmou  José Félix, presidente da Claro Brasil, que deixa a presidência da Conexis Brasil,  promotora do evento.¨ Há um evidente desequilíbrio na cadeia de valor¨, completou Cristian Gebara, presidente da Telefônica Vivo, que assume a presidência da entidade por um ano. Os dois maiores investidores do setor, e entre os maiores do Brasil, defenderam a necessidade urgente de se construir um modelo de remuneração das redes de telecomunicações pelas big techs,  em razão do grande incremento do tráfego.

Essa bandeira foi novamente referendada também pelo presidente da Anatel, Carlos Baigorri. ¨Agora, precisamos pensar em um ecossistema digital, que é formado pelas empresas de telecomunicações, pela indústria, pelas empresas de internet. Se um dos agentes dessa cadeia está enfrentando aumento de custos e esses custos não podem ser repassados, todos os elementos desse ecossistema são responsáveis. A Anatel não vai se omitir¨, afirmou. Segundo Baigorri, até o final deste ano, a Análise de Impacto Relgulatório (AIR) sobre a consulta pública lançada pela Anatel para debater esse tema estará concluída, e a consulta pública deverá ser lançada no primeiro trimestre do próximo ano.

A defesa do ¨fair share¨ ou ¨remuneração  justa¨ para manter a sustentabilidade das redes tem como base os comportamento no tráfego atual e  projeções futuras. Conforme Gebara, 66% de todo o tráfego de dados suportado atualmente pelas redes de telecom é em forma de vídeo, e em 2028, as projeções indicam que esse tráfego vai atingir 80%. Atualmente, o vídeo já representa 67% do tráfego global da telefonia celular. O executivo entende que, se não se encontrar forma de ampliar o investimento nas redes de banda larga, a ampliação do acesso a internet para a população de menor renda será muito mais lento.

Mário Giraole, vice-presidente da Assuntos Regulatórios da TIM, por sua vez, afirmou que as empresas de Big Tech precisam pagar pela performance da rede, performance essa assegurada pelos investimentos das operadoras de telecomunicações. ¨No entanto, as prestadoras de serviços de telecom são remuneradas pela conexão dos clientes finais, mas não são compensadas pela performance garantida para o crescente tráfego das big techs¨, assinalou.

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