Para a WDC Networks, futuro dos ISPs está no modelo MSP

A WDC Networks está implementando uma nova frente de negócios. O objetivo da nova área é apoiar os provedores regionais de internet na transição para o modelo MSP (Managed Service Provider). A estratégia inclui modelos gerenciados, locação de infraestrutura (Technology as a Service) e apoio à implantação de data centers regionais.

“Esse é o grande momento, e grande desafio, que os provedores têm pelos próximos anos de conseguir fazer essa transição, olhando as oportunidades que existem no mercado corporativo”, disse Bruno Rigatieri, diretor comercial e de marketing da WDC, em entrevista ao Tele.Síntese.

A WDC recentemente adquiriu a Infinite, uma empresa de serviços para o mercado de provedores, com NOC, SOC, e time próprio. Essa estrutura permite que a companhia auxilie na elaboração de planos de negócio para que o ISP transforme sua base de clientes empresariais em clientes de serviços como Wi-Fi gerenciado e cibersegurança.

Bruno informou que a empresa já trabalha com ISPs de médio porte no desenvolvimento do modelo MSP. “Ainda está na fase assistida”. Por ora, não há receitas relevantes vindas dessa frente. “A gente entende que, pelo menos para o próximo ano, é uma receita ainda piloto. Não é um negócio transformacional, o básico, o business as usual ainda vai entregar o resultado que a gente espera [em 2026]”.

Impactos da consolidação e dos juros altos

A oferta de MSP faz parte do plano de diversificação da WDC Networks em meio a um cenário de consolidação de ISPs, aumento de fusões e aquisições e da competição entre fornecedores. Isso tudo levou o modelo tradicional de vendas a desacelerar. “A velocidade da venda de hardware tende a diminuir. Isso você vê nos últimos anos, acompanhando o mercado em geral”.

Para ele, a consolidação dos ISPs é mais oportunidade do que desafio para a WDC. “A consolidação tende a ir para um produto de alta qualidade. E como a WDC trabalha com esses fornecedores, eu vejo por um lado bom, que a demanda tende a vir para nós”.

Sobre o ambiente macroeconômico, afirmou: “O cenário macro afeta todos os mercados. A taxa de juros alta agora, o Brasil está acostumado a ter ciclos. Esses ciclos de alta de juros é uma coisa que no Brasil vem há muito tempo. E a gente já sabe dançar essa dança”. Por exemplo, a empresa vem negociando com bancos e seguradoras garantias para as vendas realizadas.

Infraestrutura de data center como oportunidade regional

Rigatieri também detalhou a estratégia da WDC no apoio à construção de data centers. “A WDC já comercializou, já vendeu e já locou mais de 20 data centers para provedores ao longo dos anos”, afirmou. “Hoje a gente vê cada vez mais colocando foco nisso e tentando também ajudar o provedor de internet a montar um modelo de negócio para levantar mais data centers espalhados pelo Brasil”.

Com relação ao programa ReData e à exigência de resfriamento líquido para aplicações com IA, afirmou: “A gente precisa entender muito bem tudo que vai estar escrito ali, qual que é o benefício de usar uma ou outra [tecnologia]”.

Presença na Colômbia

Desde 2023, a WDC retomou o plano de internacionalização. “O primeiro país que a gente colocou o pé foi na Colômbia, em 2019. A pandemia deu uma atrasada nos planos, então, em 2023, a gente voltou os canhões de novo pra lá, colocou investimento”, explicou.

Entre os segmentos de mercado promissores, destacou dois. “A gente vê aí muito forte a expansão do mercado de painéis de LED”. E completou: “O segundo mercado que a gente vê muito pulsante, é o que consolida toda essa digitalização do mundo, que é o mercado de cibersegurança”, concluiu.

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