Para executivos, Open Insurance só trará impactos a partir de 2025

A maioria dos executivos do setor de seguros espera que os primeiros impactos do Open Insurance só comecem a ser sentidos a partir de 2025, revelou um novo estudo da Capgemini Brasil realizado em parceria com o consultor Francisco Galiza.

Trata-se da segunda edição da pesquisa “Análise de Mercado do Open Insurance”, feita com um intervalo de seis meses da primeira edição. O estudo busca mapear o comportamento do setor de seguros em relação a implantação do Open Insurance.

Na primeira edição, a pesquisa indicava que a maior parte dos entrevistados esperava que os primeiros impactos do Open Insurance começassem a ser sentidos já em 2024 (38%), agora a aposta da maioria (50%) indica a partir de 2025. O estudo ouviu 78 profissionais, entre executivos C-Levels, superintendentes, diretores, gerentes e gestores do mercado de seguros, e ainda agentes com atuação indireta no setor de seguros, como consultorias e prestadores de serviços.

O estudo também apontou considerável alteração na percepção do Open Insurance. A quantidade de pessoas que acreditavam que o Open Insurance nunca traria impactos para os negócios subiu de 3% para quase 10%, um crescimento de 233%.

“O ano de 2022 foi um período de muitas mudanças de direção no setor e no país. Essas profundas transformações impactaram diretamente a velocidade de implementação do Open Insurance. Muitas pessoas estavam com expectativa alta que tudo ocorresse de forma mais rápida. E esse processo um pouco mais lento acabou produzindo uma sensação de estagnação, o que explicaria os dados encontrados na nova versão da pesquisa. Mas sabemos que a partir março de 2023, com a implementação da fase 2 e 3, tudo volta a acelerar e as pessoas ficarão mais otimistas novamente”, explica Renata Ramos, vice-presidente para Seguros da Capgemini Brasil. “Soma-se a isso, o fato de que no final de 2023, está prevista a retomada da discussão sobre a integração entre o Open Banking e o Open Insurance, selando definitivamente a criação do Open Finance Brasil”, completa.

Baixo conhecimento do Open Insurance

A nova versão do estudo também reafirmou o baixo grau de conhecimento da sociedade em geral com relação ao Open Insurance e o entendimento sobre a SISS (Sociedades Iniciadoras de Serviços de Seguros), agora transformada em SPOC (Sociedade Processadora de Ordem do Cliente) pela resolução 450 da Susep.

Na avaliação do relatório, essa situação permanece exatamente a mesma após seis meses e pode ser um complicador à adesão da sociedade caso nenhuma medida de correção seja tomada como campanhas educativas, por exemplo.

Já o esforço tecnológico realizado pelas seguradoras para se adaptar e navegar no Open Insurance permanece alto. “As empresas haviam se preparado para implementar a fase 2 em setembro, com as APIs, o que explica toda essa corrida tecnológica. Com a resolução 450, que ampliou o prazo para março, os players ganharam prazos mais longos para desenvolverem suas soluções”, conclui o consultor Francisco Galiza.

Do ponto de vista dos ramos impactados, apesar da ordem ter se modificado entre as primeiras colocações, àqueles cujos modelos de vendas são menos consultivos continuam dominando o ranking. Nesta avaliação Auto, Vida, Previdência e Massificados lideram os produtos mais sensíveis em um modelo open.