Parlamentares mobilizam abertura de CPMI para responsabilizar governo pelos atos do dia 8 de janeiro

As possíveis Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) para investigar as invasões e depredações à Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro seguem paradas no Congresso Nacional. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, tem até a próxima quinta-feira, 9, para explicar ao Supremo Tribunal Federal (STF) o porquê de não ter instalado a comissão. O pedido protocolado pela senadora Soraya Thronicke (União Brasil), apesar de ter assinaturas suficientes para a instalação, tem problemas, como o fato de ter sido protocolado na legislatura anterior. Além disso, senadores que são coautores do pedido já terminaram seus mandatos. Por isso, a chance de ser protocolada uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), formada pro deputados e senadores, é maior. O requerimento foi protocolado no início da semana. O objetivo da comissão seria apurar os responsáveis, investigar se houve ação ou omissão por parte do Governo Federal na facilitação para os invasores.

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) alega que alertou pelo menos dois dias antes canais do governo sobre o risco de uma invasão. Enquanto o requerimento não é lido, a adesão e retirada de assinaturas continua. O líder do PT na Câmara, deputado Zeca Dirceu (PT) afirmou que tem feito um esforço para convencer parlamentares que assinaram a CPMI a retirar o apoio. Por enquanto, dois parlamentares saíram da lista, o deputado Célio Silveira (MDB) e Chiquinho Brasão (União Brasil). Interlocutores da oposição ao governo garantem que, além das retiradas de assinatura, também há um bom número de adesões. O deputado André Fernandes (PL), que está no controle da lista é o único que tem acesso aos nomes e declarou que não vai divulgar os nomes para que o governo fique na dúvida sobre a abertura da CPMI.

*Com informações da repórter Berenice Leite