Pequeno Gui é o novo amuleto do Vasco: ‘Guerreiro’

De criança coitada a um guerreiro. É assim que a nutricionista Tayane Granda Orrinco define o filho Gui, de 8 anos, torcedor apaixonado do Vasco. A história do pequeno vascaíno viralizou nas redes sociais, principalmente no mundo do futebol, e ele se tornou, mesmo em um período difícil da sua vida, o novo amuleto do time carioca. No fim de junho, Gui ficou conhecido em todo o país após despertar de um coma induzido de 16 dias. Um vídeo que circulou nas redes sociais mostra o exato momento em que o pequeno reencontra a mãe no hospital. Gui tem uma doença genética rara, a epidermolise bolhosa. Tayane esteve o tempo todo no hospital da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na expectativa do filho acordar. Gui, no entanto, despertou no dia em que a mãe decidiu ir para casa. Após receber a notícia, ela voltou correndo para a unidade de saúde e deu um abraço no filho, que chamou pela mãe.

“Hoje, a saúde do Gui está estável. Tem as intercorrências, como resfriado ou indisposição, mas nada que cause um alerta maior no dia a dia dele. Em março deste ano, ele foi diagnosticado com 90% do esôfago obstruído. Então ele já tinha uma indicação para fazer uma dilatação, que foi feita em agosto, após ele acordar do coma. O Gui teve um pós-operatório bem difícil, mas graças a Deus ele melhorou e está bem”, explicou em entrevista ao site da Jovem Pan News. A ligação dessa história com o Vasco começou quando Gui, antes de entrar em coma, resolveu gravar um vídeo para Gabriel Pec, atacante do time carioca.

“O apoio do Vasco foi de extrema importância na vida dele. Sempre foi muito viciado em futebol, sempre soube dias de jogos, horários, sempre antenado. Então três meses antes dele entrar em coma, ele fez um vídeo para o Pec, no qual pedia para entrar em campo e conhecê-lo. Depois que o vídeo viralizou, o Gui realizou o sonho de conhecer o tio Pec e posso dizer com toda certeza que isso ajuda muito na saúde dele. O Gui tem uma perspectiva de vida muito avançada. Ele está o tempo inteiro esperando pelos jogadores, pelas vitórias do Vasco e às vezes isso faz com que ele tire o foco das dores que passa. Com certeza é um grande diferencial na vida dele”, enfatizou a mãe do menino.

Antes de conhecer Pec, Gui recebeu no hospital a visita de Rodrigo Dinamite, filho de Roberto Dinamite, e ganhou uma camisa do Vasco. Ídolo vascaíno, o meia Nenê, hoje no Juventude, também enviou uma mensagem para o garoto. Na sequência, Pec foi ao hospital e o emocionou. “O que mais marcou na vida dele foi a visita do tio Pec no hospital. Não só a visita. Ele podia ter apenas visitado o Gui, realizado o sonho ali e pronto, acabou. Mas não foi assim. Ele tem contato diário com o Gui. O que marcou o Gui foi isso, ter tido a amizade do tio Pec. Eles se falam pelo WhatsApp todos os dias, dedicou os últimos dois gols para o Gui, que chorou de emoção. Foi lindo. E por ele ser natural e ter essa visão romântica da vida, é o que cativa as pessoas que o cercam. Então o que mais marcou para ele foi a amizade do tio Pec”, comentou Tayane. O jogador Figueiredo também visitou Gui no hospital e é um dos que também mantêm contato diariamente com o menino.

Hoje, Gui se tornou o novo amuleto do Vasco. Por onde passa é conhecido pelos torcedores. A mãe dele conta que a paixão pelo clube vem de família. “Nunca precisou de um incentivo. Isso tudo foi muito dele. A família toda é vascaína. Ele cultivou desde muito cedo. Embora tenha suas limitações, ele sempre jogou bola e tinha o sonho de ser jogador”, disse. Tayane Granda ainda agradeceu por todo carinho que o filho tem recebido e reforçou que sempre viu Gui como um guerreiro. “Mãe tem aquele ditado: fez com o nosso filho, fez com a gente. Esse carinho, essa comoção em torno da doença dele e ao mesmo da garra dele de querer viver e ser mais forte, é muito gratificante. Meu coração transborda e agradeço a todo momento. Isso não tem preço. O Gui deixou de ser a criança machucada, tadinha, que causava pena por onde passava, para ser um guerreiro, a pessoa que luta e vence. Tinha muita mágoa de às vezes sair com ele pela rua e as pessoas perguntarem o que tinha acontecido e falar ‘tadinho’. E hoje as pessoas sabem que não é por um descuido ou por algo que aconteceu inerente à nossa vontade. De tudo foi o que mais valeu a pena.”