PGR denuncia mais 54 pessoas por participação nos atos de 8 de janeiro

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou nesta segunda-feira, 23, denúncias contra mais 54 pessoas por crimes cometidos durante a invasão às sedes dos três Poderes – Palácio do Planalto, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal -, ocorrida em 8 de janeiro. No total, já são 98 denunciados. As ações são assinadas pelo coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos. Nas petições, ele aponta que o acampamento formado em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, apresentava uma “evidente estrutura a garantir perenidade, estabilidade e permanência dos manifestantes”.  “Ao se dirigir para lá, o denunciado aderiu a essa associação, cujo desiderato era a prática de crimes contra o Estado Democrático de Direito. A associação criminosa insuflava as Forças Armadas à tomada do poder”, diz trecho da denúncia.

O subprocurador aponta que o local funcionava como um espécie de “vila”, com espaços para refeições, feira, transporte, atendimento médico, sala para teatro de fantoches, massoterapia, carregamento de aparelhos e até assistência religiosa. Na denúncia, foram inseridas imagens que mostram participantes do acampamento recebendo sessões de massagens, crianças assistindo ao teatro de fantoches, tenta para recebimento de alimentos e até o uso de um gerador. Os 54 denunciados foram detidos no acampamento em frente ao QG do Exército na capital federal, em 9 de janeiro. Eles devem responder por associação criminosa e incitação ao crime equiparada pela animosidade das Forças Armadas contra os Poderes Constitucionais. Após audiência de custódia, quando tiveram as prisões preventivas decretadas, eles foram encaminhados a unidades do sistema prisional do Distrito Federal.

No documento que acompanha a denúncia, o Ministério Público Federal também pede a substituição da prisão preventiva dos denunciados por medidas cautelares, o que inclui proibição de acesso a redes sociais, contato com os demais investigados e a qualquer estabelecimento militar e imediações com distância mínima de 500 metros. Além disso, o MPF também apresenta novos pedidos para continuidade das investigações.

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