Aliados minimizam dança das cadeiras em ministérios: ‘Reconstrução que o Brasil precisa’

Após o governo Lula oficializar a reforma ministerial que vinha se arrastando há meses na quarta-feira, 6, diversos políticos vieram a público para expressar apoio à decisão do presidente. Remanejado do Ministério de Portos e Aeroportos para a pasta das Micro e Pequenas Empresas, o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) se posicionou a favor da troca. De acordo com o ministro, o remanejo ministerial é uma ação importante para união de partidos em prol da pauta da gestão petista. “Amigos: Posso garantir que o Silvio Costa é um grande político, muito preparado e filho de um grande amigo meu. Nos ajudará na tarefa de promover a União e reconstrução que o Brasil tanto precisa. Saúdo o Lula por trazer para o governo Tarcísio de Freitas e seu partido para nos apoiar. O Brasil voltou”, escreveu França, citando o governador de São Paulo. Tarcísio, porém, já disse não apoiar a entrada do Republicanos no governo.

Cortada do Ministério do Esporte, a atleta Ana Moser não foi nem citada no anúncio do governo sobre as mudanças de gestão. Minimizando a situação, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, declarou nesta quinta-feira, 7, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem “grande consideração” pela ex-atleta. Ele complementou que o governo continua contando com a colaboração dela em políticas públicas voltadas pelo esporte. Contudo, a mudança não foi bem recebida pela ex-ministra. Ela afirmou que enxerga “com tristeza e consternação a interrupção temporária de uma política pública de esporte inclusiva, democrática e igualitária no governo federal”, em nota divulgada por sua assessoria. Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves prestou solidariedade à Moser. “Com trajetória admirável, Ana Moser recuperou o papel social transformador do esporte em 8 meses de governo. Atuou incansavelmente pela valorização do futebol feminino e pela igualdade entre atletas mulheres e homens. Tenho certeza que nos encontraremos em futuras parcerias!”, afirmou.

Já o deputado federal André Fufuca (PP-MA) agradeceu a oportunidade de assumir o ministério. “Acabo de aceitar o convite feito pelo presidente Lula para assumir o Ministério do Esporte. Me sinto honrado pela oportunidade de contribuir para o desenvolvimento do esporte brasileiro e de trabalhar ainda mais pelo meu País”, escreveu o parlamentar. “Agradeço ao presidente Lula pela confiança, aos parlamentares da bancada do Progressistas na Câmara dos Deputados pelo incondicional apoio e ao meu amado povo do Maranhão. Tenham certeza de que farei o meu melhor”, completou.

Com a minirreforma ministerial, os deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) assumem, respectivamente, os ministérios do Esporte e de Portos e Aeroportos. Com isso, a ex-atleta Ana Moser deixa o Esporte, enquanto o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) será remanejado para o Ministério das Micro e Pequenas Empresas, que será criada. Na prática, o anúncio oficializa a entrada do Centrão no primeiro escalão da administração petista. A ideia é garantir ao Planalto mais votos, em especial na Câmara dos Deputados, onde PP e Republicanos têm, respectivamente, 49 e 41 deputados. Fufuca e Costa Filho devem tomar posse após o retorno de Lula da reunião do G20, na Índia.

A novela envolvendo o ingresso do Centrão no governo Lula se arrastou pelos últimos meses e foi marcada por idas e vindas. O efeito colateral da reforma ministerial é a queda de mais uma mulher do primeiro escalão do governo. Com a troca no Ministério do Esporte, Ana Moser se junta a Daniela Carneiro como segunda mulher a deixar a Esplanada. Deputada federal pelo União Brasil do Rio de Janeiro, Carneiro foi substituída pelo também deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA) no Ministério do Turismo.