Por 314 votos a 117, Câmara dos EUA aprova acordo de teto da dívida

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos votou nesta quarta-feira a favor de um aumento do teto da dívida federal, o que deixa o país um passo mais perto de evitar a ameaça de um default catastrófico, cinco dias antes do fim do prazo determinado pelo Tesouro. Decidida entre o presidente Joe Biden e os republicanos na Câmara, a medida suspende o teto da dívida até 2024, cortando levemente os gastos do governo no ano que vem. “A aprovação é um primeiro passo crucial para colocar os Estados Unidos de volta aos trilhos”, disse o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, principal republicano no Congresso. “Faz o que é responsável para os nossos filhos, o que é possível em um governo dividido e o que nossos princípios e compromissos exigem”. Biden saudou a aprovação por 314 votos a 117 como “um passo crítico” para proteger a recuperação econômica do país após a pandemia, alcançado por meio de um “compromisso bipartidário”. A maioria republicana na Câmara precisava da ajuda de dezenas de democratas para afastar uma rebelião de direita – 71 conservadores votaram contra – e fazer o acordo avançar até o Senado, onde os democratas são maioria.

A votação ocorreu após semanas de negociações árduas entre Biden e McCarthy, com os democratas acusando os republicanos de manterem a economia dos Estados Unidos “refém” ao insistirem em cortes de gastos para acompanhar o aumento do teto da dívida. O projeto de lei suspende o teto da dívida até 2025, o suficiente para atravessar o período das eleições presidenciais de 2024. Em troca, algumas despesas são limitadas para que permaneçam estáveis – exceto as militares – em 2024 e o aumento é limitado a 1% até 2025. Também prevê uma redução de 10 bilhões de dólares (50,5 bilhões de reais) nos fundos destinados ao fisco para modernizar e intensificar os controles em todo país. O gabinete de McCarthy explicou que o acordo prevê a recuperação de “bilhões de dólares em recursos destinados ao combate à pandemia de covid que não foram gastos”, sem revelar detalhes. Um dos pontos de discórdia envolve as mudanças nos requisitos para o acesso a alguns benefícios sociais.

*Com informações da AFP