Por que a TIM está revendo sua expansão na banda larga fixa?
A TIM Brasil avisou ainda em agosto que estava revendo seus planos para a banda larga fixa. Hoje, 7, durante evento voltado a investidores realizado em Nova York, executivos da companhia deram mais detalhes dos motivos para pisar no freio em relação aos investimentos para levar internet fixa a novas áreas do país.
O mantra é, observou Alberto Griselli, CEO, buscar uma abordagem “sustentável” do negócio fixo. Segundo ele, há espaço para acelerar a expansão, a TIM está pronta para acelerar a expansão, mas não é o momento de expansão. “Estamos esperando o momento mais adequado para agir”, falou, enquanto apresentava um slide no telão mostrando que o mercado brasileiro tem mais 8 mil provedores de internet competindo arduamente pela clientela.
Segundo Fábio Avellar, vice-presidente de receitas da TIM, o mercado de banda larga fixa brasileiro está em transformação, por isso a política adotada é a cautela.
“Estamos adotando uma abordagem de crescimento seletiva. As condições de mercado ainda não são favoráveis para acelerar a expansão. Ainda tem muita competição, que pressiona a ARPU [receita média por usuário]”, falou no TIM Brazil Day. O evento foi transmitido online.
Na visão de Avellar, a janela de oportunidade não vai se fechar tão cedo. “Tem ainda muito espaço para o mercado chegar a uma equação saudável entre o custo de rede e de aquisição do cliente. O mercado terá 50 milhões de clientes nos próximos cinco anos”, frisou.
O mercado brasileiro de banda larga fixa se aproxima dos 48 milhões de clientes, segundo a Anatel. Pelos cálculos da TIM, movimenta cerca de R$ 40 bilhões em receitas. Os maiores competidores crescem 10% ao ano, em média, desde 2019. Já a TIM, embora muito menor no segmento, vem conseguido crescer 12% ao ano, em média.
Ele diz que a nova abordagem da TIM, baseada no uso de redes neutras (a empresa tem acordos com I-Systems, da qual é sócia, e V.tal), amplia as oportunidades para o grupo.
Como provedora tradicional, sem uso de redes neutras, a TIM enfrentava competidores maiores em mercados concorridos, tinha menor oportunidade de elaborar ofertas cruzadas baseadas no serviço móvel e precisava adotar táticas muito específicas de comunicação com os potenciais clientes.
“Com o modelo ‘asset light’, podemos agir mais rápido e de forma mais precisa. Podemos focar na melhor proposta de valor, com cross selling, tendo racionalidade no investimento de comunicação e no go-to-market [ofertas]”, acrescentou Avellar.
Uma vez que as redes neutras dispõem de infraestrutura espalhada pelo país, a decisão de entrar ou não em uma cidade depende de uma análise mais rápida do quão vantajoso é apostar naquele mercado, naquele momento.
Por isso, disse Avellar, “a melhor opção agora é esperar que o mercado encontre seu equilíbrio. Vamos focar em fazer investimentos de forma saudável, sustentável e lucrativa”. A operadora vai se diferenciar cada vez mais pela oferta de altíssima velocidade aliada a qualidade e serviços digitais, em vez de competir por preços em busca de resultados rápidos na atração de clientes, concluiu.
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