Prefeitura de São Paulo recusa privatização de praça no Pacaembu
A Prefeitura de São Paulo deve recusar quase todos os pedidos da concessionária Allegra, empresa que administra o Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, para compensá-la por supostos prejuízos durante a pandemia da Covid-19. A concessionária pede, há mais de dois anos, uma reformulação do contrato com o município e sugere três formas de compensação. A principal delas é a privatização da Praça Charles Miller, que fica em frente à arena. A empresa tem um projeto para instalar no local o que anuncia como a primeira piscina pública de ondas do mundo, cinco quadras esportivas, uma pista de skate, uma piscina infantil e brinquedos. Pela proposta, metade da programação da piscina de ondas seria cedida a atividades da Prefeitura e a outra metade seria paga. O acesso à praça seguiria aberto ao público, exceto nos equipamentos como quadras de beach tennis e a pista de skate nos horários com atividades pagas.
A feira livre, que ocorre quatro vezes por semana no local, seria mantida, mas com barracas fixas para que a frequência se torne diária. O uso dos quiosques pelos feirantes seria gratuito. Já o estacionamento seria transformado em subterrâneo. A concessionária Allegra alega que teve um prejuízo estimado em R$ 22 milhões durante a pandemia por erros no calculo do tamanho do terreno, pela impossibilidade de realizar eventos e por atrasos nas emissões de licenças, alvarás e licitações. Por isso, a empresa espera ter a possibilidade de administrar a Praça Charles Miller para minimizar os impactos. Além da posse da praça, a Allegra pede ainda a prorrogação de 15 anos no prazo de concessão e descontos em pagamentos aos cofres municipais previstos em contrato. Em outubro, o Conselho Municipal de Desestatização e Parcerias decidiu recusar todas as reivindicações. A resposta formal da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) sobre a recusa deve ser entregue nos próximos dias.
*Com informações do repórter Daniel Lian