Premiê de Israel ordena que Exército se prepare para atacar Rafah
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenou nesta quarta-feira, 7, que o Exército se prepare para uma ofensiva em Rafah, cidade mais ao sul da Faixa de Gaza, e assegurou que a vitória sobre o Hamas é “questão de meses”. Em discurso televisionado, Netanyahu também considerou que cumprir as demandas do movimento islamista palestino Hamas só “levaria a outro massacre”. Há vários dias, teme-se uma ofensiva em Rafah, cidade fronteiriça com o Egito, que agora abriga a maioria da população do território palestino, que fugiu para o sul devido aos combates travados desde outubro.
Rafah fica localizada a fronteira com o Egito e por onde estava sendo realizada a retirada e reféns, estrangeiros, feridos e a entrada de medicamento no enclave palestino que vive uma crise humanitária desencadeada pelo cerco imposto por Netanyahu logo no começo da guerra. Mais de 1,3 milhão de deslocados, cinco vezes a população inicial da cidade, estão em Rafah em condições desesperadoras, segundo a ONU. “Nossos soldados heroicos estão lutando atualmente em Khan Yunis, principal reduto do Hamas. Demos a ordem às Forças de Defesa de Israel para prepararem uma operação em Rafah, assim como em dois acampamentos [de refugiados], os últimos redutos restantes do Hamas”, disse o chefe de governo israelense. “A vitória está ao alcance das mãos. Isto não se pode contar em anos ou décadas, é questão de meses”, assegurou, quatro meses após o ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro, que desencadeou a guerra.
O anúncio coincide com a visita do secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, a Israel, para discutir um acordo de trégua. Ele tem esperança de que se alcance um acordo para libertar os reféns em Gaza, mas advertiu que ainda há “trabalho” a fazer para pôr fim à gerra entre Hamas e Israel. “Há muito trabalho a fazer, mas estamos muito concentrados em fazê-lo e, com sorte, poder retomar a libertação dos reféns que foi interrompida”, declarou Blinken em Jerusalém, em alusão à centena de cativos que foram postos em liberdade no fim de novembro durante a trégua de uma semana.
*Com informações da AFP