Presidente do Peru é alvo de buscas em meio a escândalo por relógios Rolex

A polícia peruana realizou na madrugada deste sábado (30) uma busca na residência da presidente Dina Boluarte. A ação acontece no âmbito de investigação sobre enriquecimento ilícito. Cerca de 40 agentes e promotores participaram da ação “com objetivo de registrar a residência e apreender os relógios Rolex”. Desde 18 de março a presidente é investigada por suposto crime de enriquecimento ilícito e o Rolex em questão não tiveram sua orgiem e compra informados com precisão por Boluarte. O caso surgiu a partir de uma investigação jornalística, que revelou uma suposta coleção de relógios de luxo que a presidente não havia incluído em sua declaração de bens. A reportagem que disparou o escândalo revelou que Boluarte havia usado vários relógios da marca de luxo Rolex em atividades oficiais desde que assumiu como vice-presidente do governo do ex-presidente Pedro Castillo e ministra do Desenvolvimento e Inclusão Social em 2021. Boluarte afirmou que se trata de um relógio “antigo” e que é fruto de seu “esforço”, pois trabalha desde os 18 anos. “Entrei no Palácio do Governo de mãos limpas e sairei de mãos limpas, como prometi ao povo peruano”, declarou Boluarte, de 61 anos, na semana passada.

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A ação conjunta do Ministério Público e da polícia foi transmitida pelo canal de televisão local Latina. Nas imagens é possível ver como os agentes cercam a residência localizada no distrito de Surquillo, a leste de Lima, e fazem uma barreira humana para impedir o tráfego de veículos nas ruas. A invasão à residência “tem fins de registro e apreensão”, disse a polícia, e foi autorizada pelo Supremo Tribunal de Investigação Preparatória, presidido pelo juiz supremo Juan Carlos Checkley, a pedido do Procurador-Geral. A invasão surpresa ocorreu depois que o Ministério Público não aceitou que a presidente solicitasse o reagendamento de uma convocação fiscal prevista para o início da semana para mostrar os relógios e seus comprovantes de aquisição. Se for acusada neste caso, a presidente não poderá ser julgada até julho de 2026, quando terminar seu mandato, conforme estabelece a Constituição. Enquanto isso, ela pode ser investigada. No entanto, o escândalo pode resultar em um pedido de impeachment de Boluarte pelo Congresso alegando “incapacidade moral”. Segundo a imprensa, a presidente não estava em sua residência e não se sabia se ela estava em seu escritório no Palácio do Governo.

Publicado por Heverton Nascimento

*Reportagem produzida com auxílio de IA