Problemas no atendimento de bancos digitais têm frustrado consumidores; saiba o que fazer nestes casos

Abertura de contas sem burocracia, de forma rápida e fácil, e com muitas tarifas que não são cobradas, são um dos diferenciais dos bancos digitais, que têm se tornado cada vez mais populares. Entretanto, quando existe algum problema para ser resolvido com estas novas instituições financeiras, a praticidade se torna uma verdadeira dor de cabeça. De acordo com os dados do Banco Central (BC), entre as principais queixas registradas estão cerca de 2,9 mil reclamações relacionadas a irregularidades relativas à integridade, confiabilidade, segurança, sigilo ou legitimidade das operações e serviços relacionados a cartões de crédito e 1 mil relacionadas às ofertas ou prestações de informação sobre crédito consignado de forma inadequada. É o que relatou o assistente administrativo Waldir de Falco em entrevista á Jovem Pan News. Ele abriu uma conta no C6 Bank há três anos e, desde então, sentiu várias frustrações. Primeiro, problemas relacionados ao Pix, que era bloqueado em determinados horários, e depois vieram outras dificuldades:

“Também tive problemas com o saque nos bancos 24 horas. Porque, como é um banco digital, não tem um caixa eletrônico próprio, então já tive problemas com o saque também. O maior problema que eu tive foi com o meu cartão, que eu tive que contratar e pedir outro cartão para poder usar porque o meu primeiro cartão que tinha vindo não estava mais funcionando. Quando chegou o cartão, o cartão novo também não funcionava”, declarou. Quando Valdir foi em busca de tentar resolver esses problemas, o atendimento virtual, que deveria ser facilitado, se mostrou ainda mais burocrático do que aguardar numa fila de banco em agência física: “O contato virtual é mais demorado. Às vezes não é solucionado o problema de imediato. Ainda tem que entrar em contato por e-mail. Eles também não respondem por telefone. Às vezes o contato deles por telefone é impossível. Impossível entrar em contato com eles por telefone. O suporte para a gente é menor e a gente acaba se prejudicando em algumas coisas que a gente precisa fazer com o banco. Eu acho que esse é o maior problema”.

Outro problema bastante relatado é quando há um furto de celular, por exemplo, e os clientes não conseguem cancelar as transações feitas pelos aplicativos dos bancos digitais, pois nem mesmo há uma agência física para se fazer isso. Neste caso, a recomendação é registrar um Boletim de Ocorrência em se não conseguir fazer o cancelamento pelo canal digital, recorrer ao Banco Central. O advogado Luiz Felipe Attié, especialista em direito empresarial e em contratos de tecnologia, afirmou que o BC tem dado celeridade a esse tipo de reclamação: “O Banco Central tem agido de forma muito precisa em relação às fraudes, no sentido de garantir essa transparência ao consumidor. O próprio site do Banco Central provê essas informações. Você consegue ir lá buscar as instituições financeiras autorizadas, consegue buscar os canais de ouvidoria e consegue também tomar conhecimento dos produtos financeiros ofertados”.

“As reclamações são feitas normalmente por via digital. O Banco Central, inclusive, deixa à disposição da população um canal de denúncia, o qual ele orienta que seja utilizado somente após utilizado o canal de denúncia da própria instituição. Esse canal de denúncia, na verdade, funciona como uma ponte entre o consumidor e a instituição financeira. É importante, muitas vezes, que o cidadão utilize esse canal de denúncia, porque são com base nessas denúncias, nessas reclamações e até mesmo nas soluções que são dadas aos problemas que o Banco Central consegue visualizar os problemas recorrentes e, se for o caso, garantir maiores regulações, garantir maiores procedimentos que evitam esse tipo de fraude”, explicou Attié.

*Com informações do repórter David de Tarso