Regeneração da Amazônia: tecnologia e inovação são chave
A Amazônia encontra-se em um momento crítico. Com as taxas de desmatamento disparando e os impactos das mudanças climáticas se intensificando, ações são fundamentais para proteger e regenerar esse ecossistema.
No painel “Bioeconomy: Thriving in the Amazon Rainforest”, realizado ontem (13/3), no SXSW, que acontece em Austin, no Estados Unidos, especialistas convergiram para discutir abordagens inovadoras para preservar a Amazônia, enfatizando a interseção entre tecnologia, conhecimento tradicional e a necessidade de mudanças sistêmicas. O painel foi moderado por Angela Pinhat, diretora de sustentabilidade da Natura & Co América Latina.
Txai Surui, representando a Associação Kanindé de Defesa Etnoambiental, abriu a discussão destacando a conexão intrínseca entre as comunidades indígenas e a floresta. “Para o meu povo, as árvores são sagradas. Elas não são apenas recursos a serem explorados, mas membros integrais de nossa família”, expressou Txai. “Devemos proteger não apenas nossas vidas, mas todas as vidas que habitam essas florestas – os rios, as árvores e a riqueza de conhecimento mantida pelos povos indígenas.”
Colette Pichon Battle, sócia da Taproot Earth, advogada premiada e organizadora de justiça climática, abordou as raízes sistêmicas da crise, apontando um dedo para o capitalismo e sua busca implacável pelo lucro. “O problema é o capitalismo”, provocou. “Estamos sacrificando a Amazônia, os pulmões de nossa Terra, em prol das margens de lucro e do consumismo. É hora de reconhecer que nosso modelo econômico atual é fundamentalmente falho e insustentável.”
Ambas as palestrantes enfatizaram a necessidade de ação coletiva e mudança sistêmica. “Não estamos separados da natureza; somos parte dela”, reiterou Txai. “É imperativo que priorizemos a proteção daqueles que defendem as florestas e implementemos tecnologias que trabalhem com, e não contra, a natureza.”
Colette reforçou a fala. “Não podemos continuar com o status quo. Mudanças incrementais não serão suficientes”, ela enfatizou. “Precisamos desafiar os sistemas de dominação e priorizar soluções inovadoras que realmente beneficiem tanto as pessoas quanto o planeta.”
As especialistas enfatizaram a importância de abordar não apenas os sintomas, mas também as causas fundamentais da crise. “Devemos confrontar a mentalidade extrativista que vê a natureza como uma mercadoria a ser explorada”, afirmou Txai. “Inovação não significa extrair mais; significa encontrar maneiras melhores e mais sustentáveis de coexistir com nosso ambiente.”
Ao final, mensagem era clara: o momento para ação é agora. “Estamos em uma encruzilhada”, declarou Colette. “Temos o conhecimento, a tecnologia e a vontade coletiva para efetuar mudanças. Vamos aproveitar esse poder para regenerar a Amazônia e garantir um futuro sustentável para todos”, finalizou.
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