Regulamentação de relatórios ESG é necessária para reduzir desconfianças, diz especialista

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A absoluta maioria dos investidores brasileiros – 98%, para ser mais exato – acredita que os relatórios ESG (Environmental, Social and Governance) divulgado pelas empresas contém informações falsas. Para 94%, eles não são confiáveis. É o que revela um estudo da consultoria multinacional PwC divulgada em 2021.

É o chamado “greenwashing”, termo em inglês que indica a “maquiagem” de dados para ganhar confiança de consumidores ou investidores com dados de sustentabilidade ou responsabilidade social. Os ouvidos pela consultoria apontam falta de normalização para esses relatórios.

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“É fundamental que haja uma maior regulamentação e normalização dos relatórios ESG”, diz Patrícia Falcão Bauer, vice-presidente de ESG da Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac). Fundada em 2009, a entidade reúne laboratórios e certificadoras acreditadas ao Inmetro e que são responsáveis pela avaliação da conformidade de produtos e sistemas oferecidos aos cidadãos.

“A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) desenvolveu a PR 2030, que é uma prática recomendada com diretrizes e um modelo de avaliação para as organizações, o que é de grande auxílio”, diz a executiva.

A vice-presidente de ESG da Abrac diz que a ausência de uma norma certificável no âmbito ESG intensifica a desconfiança sobre os relatórios. “Cada um pode escrever o que quiser sobre a sua própria empresa”, diz ela, que defende a presença de um “organismo certificador independente” nesses processos para se conseguir mais credibilidade.

A pesquisa da PwC apontou que 57% dos investidores acreditam que, com legislações sobre o tema, a confiança aumente bastante, enquanto 26% creem que isso acontecerá de maneira moderada.

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