Reino Unido e UE chegam a acordo pós-Brexit sobre a Irlanda do Norte

Após três anos da saída dos britânicos do Brexit, o Reino Unido e a União Europeia chegaram a um acordo para resolver a disputa sobre os controles comerciais pós-Brexit na Irlanda do Norte, uma questão que estremece as relações entre Bruxelas e Londres há anos. Ainda não foram divulgados muitos detalhes sobre o acordo, mas eles vão ser esclarecidos em uma entrevista coletiva conjunto, contudo, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, assinaram o acordo nesta segunda-feira, 27, em um hotel em Windsor, no oeste de Londres. Ao deixar Bruxelas, Von der Leyen havia dito que estava “com pressa para virar a página e abrir um novo capítulo com o nosso parceiro e amigo”, o Reino Unido. Sunak também comemorou e afirou se tratar da abertura de “um novo capítulo” com o bloco. “É o começo de um novo capítulo em nossas relações”, disse.

O acordo põe fim às longas negociações entre Londres e Bruxelas, lideradas por três primeiros-ministros britânicos e impactado pela guerra na Ucrânia. Também é considerado um passo essencial para a estabilização da Irlanda do Norte, ainda marcada por três décadas de conflito armado, e para a relação entre o Reino Unido e a UE. O protocolo para a Irlanda do Norte, assinado em janeiro de 2020, era o principal ponto de divergência entre Londres e Bruxelas três anos após a saída do Reino Unido da União Europeia. O texto regulamenta o trânsito de produtos entre o restante do Reino Unido e a Irlanda do Norte, a única fronteira terrestre da nação com a UE. O protocolo pretendia evitar a existência de uma fronteira terrestre entre Irlanda e Irlanda do Norte, algo que prejudicaria o acordo de paz assinado em 1998, após três décadas de violência, ao mesmo tempo que protegia o mercado único europeu. Porém, a medida apresenta problemas práticos ao impor controles alfandegários às mercadorias procedentes da Grã-Bretanha que chegam à Irlanda do Norte, mesmo quando estas permanecem na província britânica.

*Com informações da AFP