Revogação de isenção tributária para ministros religiosos causa desconforto entre líderes evangélicos

Uma medida publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira causou desconforto entre líderes religiosos e parlamentares da bancada evangélica. O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, revogou a isenção tributária sobre os salários de ministros de todas as religiões. Essa isenção havia sido concedida às vésperas das eleições de 2022, último ano do governo de Jair Bolsonaro. De acordo com a Receita, a decisão não havia sido aprovada pela Subsecretaria de Tributação, o que justifica a anulação. O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) considera essa atitude uma afronta às religiões. Ele afirma que o ato revogado apenas reiterava o que já estava previsto na Constituição Federal. O bispo Robson Rodovalho, fundador da Sara Nossa Terra, concorda com Cavalcante e ressalta que pastores e padres não possuem salários fixos, mas, sim, prebendas missionárias. Ele destaca que já existem leis específicas sobre a imunidade tributária das religiões e aposta que, caso alguém recorra à Justiça, essa resolução da Receita deve ser derrubada. Essa medida tem gerado um novo conflito entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os evangélicos. Desde o início de seu governo, líderes religiosos têm reclamado da falta de proximidade com o Palácio do Planalto, enquanto pastores ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro continuam criticando o petista.