Rolex na cueca e cocaína líquida: fiscais da série ‘Área Restrita’ detalham dia a dia em aeroportos

Nesta terça-feira, 4, o programa Pânico recebeu Anderson Leme e Mario de Marco, protagonistas da série “Aeroporto: Área Restrita”. Juntos, eles mostram o dia a dia das operações alfandegárias no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Segundo Leme, no caso dos contrabandos, os suspeitos também são monitorados pela Receita Federal nas redes sociais. “Às vezes a gente monitora os perfis. O cidadão traz um Rolex no pulso e o colega do lado traz quatro ou cinco dentro da cueca. Ou o perfil que revende ou o cara anunciando. Não interessa que é um, é para vender e vai perder. Claro que demora até o colega ter o feeling que a gente tem, mas precisa de mais gente, é muito passageiro”, disse. “São 50 itens da viagem que a gente leva em consideração para selecionar um alvo. Pode ser um peso, a renda. Um item que, para um passageiro em específico, pode se considerar muita coisa, para outro não é considerado nada”, acrescentou Mario de Marco.

Para o delegado De Marco, os perfis de criminosos, conhecidos popularmente como “mulas”, são diferentes a cada abordagem. “Tem de tudo: pessoas que veem que você vai chegar e continuam com aquela calma, gente que só de ser abordada fica nervosa”, contou. “Tinha um rapaz que era o perfil de cima a baixo. Tem de tudo, movimenta muito dinheiro. Mesmo a pessoa que tem uma vida legal, uma renda, às vezes tem uma questão pessoal ali, vai ampliar a renda dela. Tivemos recentemente caso de pessoa que trabalhava em tribunal de Justiça. (…) Se fez uma vez e deu certo, ela vai fazer de novo. A gente não tem essa frustração porque vai pegar. A gente torce para que a pessoa enxergue. Mas, infelizmente, ela vai fazer de novo e ser pega.”

Anderson Leme ainda ressaltou o trabalho em equipe no combate ao tráfico de drogas. “É essa sensação de marcar um gol que nos move, o motivo pelo qual a gente está ali. ‘Poxa, essa droga poderia prejudicar alguém, famílias poderiam ser destruídas por essa droga que está sendo apreendida aqui’. Eu vou para o voo e já sei quais são as pessoas que devo abordar. A gente faz toda a prévia, vai mais certeiro. Vira brincadeira de criança. ‘Esse cara tem droga, precisa achar onde’. Se está na mala, no corpo, se ele engoliu, se está na peruca. Nem sempre a gente acerta”, descreveu.

“Na semana que vem estamos indo para a África para trocar experiência com o pessoal. Eles evoluem muito, o tecido impregnado com cocaína líquida, emborrachada, plastificada. Eles lavam a cocaína no produto químico com o objetivo de não reagir ao narcoteste. Veja a que ponto evoluíram, precisam de engenheiros químicos para fazer. Precisa sempre estar atrás desse pessoal”, concluiu.

Confira a entrevista completa com os protagonistas da série “Aeroporto: Área Restrita”