Operadora de ferrovias Rumo migra sistemas críticos para a nuvem

A Rumo, maior operadora de ferrovias do Brasil, migrou todo o seu ambiente operacional, assim o back office, para a nuvem. Até então, esses ambientes operavam no data center local na sede da empresa, em Curitiba (PR).

A mudança visa atender a complexidade do negócio da Rumo, que opera 12 terminais de transbordo, seis terminais portuários e administra cerca de 14 mil quilômetros de vias férreas em nove estados brasileiros. Em momentos de pico, a Rumo recebe mais de 1.800 caminhões por dia em um dos seus maiores terminais, em Rondonópolis (MT).

“Isso equivale a mais de um caminhão por minuto. Se o terminal parar, isso afeta o complexo rodoviário com filas enormes de caminhões”, contextualiza Marco Andriola, diretor de tecnologia ferroviária da Rumo.

Andriola destaca que a circulação de trens depende de uma comunicação online efetiva, o que significa que 100% das composições da Rumo precisam se comunicar o tempo todo, independentemente de onde estiverem, com o Centro de Controle Operacional (CCO), que fica na sede da empresa.

“Atuamos em um ambiente de alta complexidade. Utilizamos várias tecnologias para uma gestão de tráfego eficiente, garantindo a logística do país. Um problema na ferrovia, além do impacto operacional, pode até refletir em outros modais de movimentação de carga, como caminhões e navios nos portos”, explica o executivo.

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A migração para a nuvem, segundo o executivo, foi estratégica para o negócio da empresa. Com a migração dos sistemas, a Rumo aumentou a disponibilidade às mais de 100 aplicações e ferramentas usadas no dia a dia e um maior nível de segurança. “Foi uma decisão estratégica migrar para a nuvem. Queríamos acabar com a dependência de acesso ao espaço físico e, por isso, optamos em criar um CCO virtual”, justifica o diretor de tecnologia ferroviária da Rumo.

A V8.TECH, integradora de TI, e a Oracle foram responsáveis por planejar e executar todo o processo. A Rumo escolheu a solução Oracle Cloud Infrastructure (OCI) porque seu ambiente on premise já rodava na tecnologia da fornecedora.

A migração foi executada em apenas três meses. O projeto teve início em 2020, em meio à pandemia, e a migração foi dividida em três blocos. Primeiro, foram migrados o ambiente administrativo e financeiro, depois, em uma segunda etapa, os sistemas de operação que não impactavam na circulação de trens e, por último, o que gerava impacto na locomoção dos veículos, ou seja, o CCO.

“Com todos os sistemas críticos na nuvem, asseguramos a disponibilidade da operação da Rumo, não só para a circulação dos trens, mas também para a gestão de segurança”, pontua o diretor da Rumo. Outros benefícios que a migração gerou à empresa foram o fim da defasagem de atualização de tecnologias, que anteriormente ocorria no ambiente on premise, e maior escalabilidade, que permitiu à área de TI acelerar o crescimento do negócio.

Rodrigo Regente, diretor comercial da integradora V8.TECH, destaca que um dos fatores que tornaram possível o processo de migração em pouco tempo foi a utilização da tecnologia de mascaramento de dados da VMware, mantendo assim o ambiente produtivo totalmente operante, mesmo com o processo em andamento. A plataforma OCI, da Oracle, está configurada para executar a arquitetura VMware, o que simplificou a migração.

“Isso nos forneceu previsibilidade e controle a todo o processo de migração das cargas de trabalho para a nuvem”, explica Regente.

O executivo salienta que outro desafio do projeto foi conectar as redes do ambiente em nuvem com os trens e terminais ferroviários por conta dos diferentes sistemas utilizados por cada um. “Para superar essa dificuldade, foi utilizada uma solução para que a Rumo mantivesse toda a sua estrutura de comunicação IP intacta, poupando a empresa de qualquer problema de rede e roteamento durante a migração”, conclui Regente.

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