Setor produtivo critica redução tímida da taxa Selic pelo Copom

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu reduzir a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, o que gerou críticas por parte do setor produtivo. Tanto entidades da indústria quanto centrais sindicais consideraram a decisão tímida e acreditam que ainda há espaço para cortes maiores nas próximas reuniões do órgão. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) classificou a decisão do Banco Central como extremamente conservadora e prejudicial à atividade econômica. Segundo a entidade, a inflação já está sob controle e dentro da meta para 2023, o que justificaria uma redução mais acelerada da Selic. A CNI espera que nas próximas reuniões do Copom haja mais agressividade na redução dos juros, visando uma diminuição significativa dos custos financeiros para empresas e consumidores. “O cenário de controle da inflação justifica plenamente a redução da Selic em ritmo mais acelerado e é isso que a CNI espera que seja feito nas próximas reuniões do Copom. É preciso – e possível – mais agressividade para que ocorra uma redução mais significativa do custo financeiro suportado por empresas e consumidores”, afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban.  A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) também acredita que há espaço para cortes mais intensos nas próximas reuniões. A entidade avalia que o atual patamar da taxa de juros ainda limita a capacidade produtiva do país, e os dados recentes confirmam o baixo dinamismo da atividade industrial em 2023. Para a Firjan, é necessário consolidar a intensificação na redução da Selic, comprometendo-se com as metas fiscais estabelecidas.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), vinculada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), destacou que o Brasil possui uma das taxas de juros reais mais altas do mundo, em torno de 8% ao ano. Segundo a entidade, esse nível compromete o desenvolvimento do país e não há cenários de risco de inflação que justifiquem a manutenção da taxa básica de juros no patamar atual. A Contraf critica o Banco Central por não ter reduzido a Selic para abaixo de 10% até o final deste ano. A Força Sindical também se mostrou insatisfeita com o corte de 0,5 ponto na taxa Selic. A entidade considerou a queda branda e pediu que o Banco Central acelere os cortes nas próximas reuniões. Para a Força Sindical, manter os juros altos é uma insensibilidade social, pois o crédito continuará caro, atrasando a recuperação econômica. A entidade defende que menos juros resultam em mais desenvolvimento.