Soldado dos EUA que cruzou fronteira pediu asilo na Coreia do Norte, afirma governo

A Coreia do Norte está “investigando” o soldado americano que atravessou a sua fronteira no mês passado, segundo a imprensa estatal norte-coreana, que acrescentou que o militar pediu asilo no país depois de ter se sentido maltratado no Exército dos Estados Unidos. “Travis King (nome) confessou que decidiu vir para a República Popular Democrática da Coreia por se sentir incomodado com o tratamento desumano e a discriminação racial no Exército dos EUA”, afirmou em comunicado nesta terça-feira, 15, a agência de notícias estatal “KCNA”. Esta é a primeira confirmação do regime sobre a situação de King, que atravessou a Linha de Demarcação Militar e entrou no território norte-coreano em 18 de julho, quando fazia uma visita turística à Área de Segurança Conjunta (JSA), no coração da fronteira com a Coreia do Sul. Pyongyang estava, no entanto, em contato com os Estados Unidos sobre a situação do soldado, que se acredita ter sido detido pelo regime desde que atravessou a fronteira, informaram o Pentágono e o Comando das Nações Unidas na Coreia. Travis King “entrou ilegalmente no território” da Coreia do Norte no dia 18 e “ficou sob o controle de soldados norte-coreanos” depois de ter entrado deliberadamente na zona norte-coreana através da linha de demarcação militar, segundo a “KCNA”.

O soldado americano “expressou o seu desejo de pedir asilo” na Coreia do Norte “ou em um terceiro país”, manifestando a sua “desilusão com a desigualdade na sociedade americana”, segundo o órgão de propaganda de Pyongyang, que acrescentou que a investigação sobre King “continua”. O Pentágono afirmou no final do mês passado que não tinha feito progressos nos contatos ou possíveis negociações com a Coreia do Norte sobre o soldado e que desconhecia o seu estado de saúde. King, de 23 anos, atravessou a fronteira após 48 dias em um centro de correção sul-coreano por não ter pago uma multa recebida em fevereiro por ter chutado e danificado uma viatura da polícia em Seul. Como medida disciplinar, Washington decidiu repatriá-lo, mas King fugiu do Aeroporto Internacional de Incheon, que serve Seul, onde deveria pegar um voo de retorno aos Estados Unidos. No dia seguinte, reservou uma viagem turística à Área de Segurança Conjunta, a qual utilizou para atravessar para a Coreia do Norte.

*Com informações da EFE