Eduardo Lopes, da Redbelt: sucesso dos negócios tem segurança da informação como aliada

Eduardo Redbelt

Aos 13 anos, Eduardo Lopes se viu diante de uma situação crítica: seu pai tinha acabado de falecer e ele entendeu que teria de assumir o papel de gerador de receita em casa, já que só que sua família, naquele momento, era composta apenas por ele e sua mãe.

Autodidata, Lopes identificou a oportunidade de descobrir brechas e vulnerabilidades em empresas para avisá-las sobre os perigos de ciberataques, em um momento de praticamente infância da internet. “Eu ia até o orelhão da praça, ligava para as empresas já com a falha de segurança e o caminho para resolvê-lo em mãos e tudo o que eu pedira era uma carta de recomendação. Lá pela quinta carta, um dos executivos me perguntou o que eu buscava e eu falei que queria o documento e o presidente da Hostmídia acabou me contratando”, lembra ele.

Na época, com 14 anos, Lopes ganhava R$ 300. Pegava R$ 50 para sair e comprar algumas coisas e o restante entregava à sua mãe. Na Hostmídia, em Marília, interior de São Paulo, ficou até seus 18 anos. Nesse meio tempo, montou um pequeno escritório em casa e esse foi o ponta pé para o que viria a seguir. “Fui evoluindo minhas técnicas de testes de vulnerabilidade. Ao mesmo tempo, a internet evoluía e aumentei minhas especialistas”, sintetiza ele.

Em 2009, foi a um almoço despretensioso e conheceu o CEO da Advanta. A convite do executivo, Lopes saiu de Marília rumo à São Paulo para ser gerente da empresa e estruturar a área de segurança. “Fiquei um ano e meio fazendo invasões, mas de forma autorizada e não conseguirmos fechar nenhum negócio. Isso porque, as empresas não entendiam ainda o impacto da invasão”, conta Lopes, para quem, definitivamente, o sucesso dos negócios depende de segurança da informação como aliada.

A pedido do CEO da Advanta, Lopes, então, abriu uma empresa para prestar serviços, e foi aí que surgiu a Redbelt. Desde o dia um, Lopes entendeu que a missão da companhia era a segurança dos dados e reduzir o impacto de possíveis incidentes, com monitoramento em tempo real e a agilidade na resposta a incidentes.

Logo outros clientes passaram a integrar o portfólio da então startup de segurança da informação, como o Exército Brasileiro e a Prefeitura de Barueri, onde a empresa estava instalada. “Um cliente foi puxando o outro e, em 2012, entrou um family office.”

Hoje com 168 colaboradores e faturamento de R$ 55 milhões, a empresa soma quase 50 clientes fixos e mais de mil projetos pontuais. “Nos últimos três anos, a Redbelt cresceu 40% e neste ano vamos saltar 56%”, projeta.

Segurança da informação na linha de frente

O executivo atribui o salto dos negócios a uma maior consciência das empresas em torno da segurança da informação e de possíveis invasões. Hoje, o escopo de segurança da Redbelt é mais estratégico e vai além de vulnerabilidade, agregando, por exemplo, desenho do plano diretor de segurança da informação, riscos e simulações a ataques. “Segurança da informação é, acima de tudo, processo. A tecnologia respalda tudo”, acredita.

Parceria da Microsoft na América Latina, a Redbelt tem sido destaque na estratégia da gigante. Hoje, o carro-chefe da Redbelt, e que é considerado um diferencial por Lopes, é a plataforma integrada Risk Information Securtiy (RIS) para gestão de vulnerabilidades, incidentes e firewalls. Segundo o executivo, ela endereça um desafio comum das empresas de ter dezenas de painéis para analisar problemas, unificando em uma única visão a perspectiva de segurança.

Os próximos passos da empresa incluem agora gerar mais automações para o RIS, sendo possível levá-lo para médios negócios e ainda fortalecer a área de customer experience (CX). De 2017 até o começo deste ano, esse departamento era o tradicional Customer Success, mas Lopes adicionou um ingrediente a mais para ele, tornando-o ainda mais efetivo para os negócios.