Suspeito de assassinar ex-premiê japonês é indiciado

O homem suspeito de assassinar o ex-premiê japonês Shinzo Abe foi indiciado pela Procuradoria japonesa nesta sexta-feira, 13. Segundo a imprensa local, o suspeito passou por uma avaliação psicológica onde foi determinado que ele está apto para ser julgado. Identificado como Tetsuya Yamagami, o homem foi preso imediatamente após atirar contra o ex-governante que participava de um comício na cidade de Nara, no Japão. O caso ocorreu em julho. Yamagami enfrenta acusações de assassinato e de violação das leis de controle de armas, de acordo com o jornal Yomiuri e a agência de notícias Kyodo. O homem de 42 anos pode enfrentar a pena de morte, caso seja condenado. Ele admitiu o crime e o motivo seria por considerar que Abe tinha vínculos com a Igreja da Unificação. Relatos apontam que Yamagami teria ficado ressentido com a igreja por conta das grandes doações que sua mãe teria realizado, levando sua família à falência. No entanto, Abe não era membro da Igreja da Unificação, mas fez um discurso para um grupo filiado. Outros líderes mundiais, como o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, também discursaram para este grupo. Após a morte de Abe, investigações revelaram ligações estreitas entre a seita e muitos legisladores do partido governista. Entre eles, um ministro que renunciou ao cargo. As revelações causaram revolta no Japão e arranhou a imagem do governo do primeiro-ministro Fumio Kishida. A igreja foi fundada em 1954 por Sun Myung Moon e ganhou destaque nas décadas de 1970 e 1980. Ela negou envolvimento em atividades ilegais e disse que vai evitar doações excessivas de seus membros.

*Com informações da AFP