Taxa de analfabetismo diminui, mas Brasil ainda apresenta quase 10 milhões de adultos que não leem ou escrevem

No mais recente levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou uma redução na taxa do analfabetismo no Brasil. O recuo foi de 0,5 ponto percentual entre 2019 e 2022, saindo de 6,1% para 5,6%. O dado é considerado positivo, mas o cenário, de um modo geral, ainda é preocupante pois mais de 9 milhões de brasileiros não sabem ler e nem escrever. Em 2014, o país estabeleceu o último plano nacional de educação. Um dos pontos previ a erradicação do analfabetismo até 2024. Dez anos atrás, a meta parecia factível, mas, num contexto de sucateamento da educação, má gestão de recursos e impactos causados pela pandemia, o feito parece impossível até o próximo ano. Para a ex-secretária de Educação do Ministério da Educação e diretora executiva do Instituto Reúna, Kátia Smoli, o país não tem políticas claras de alfabetização. “Infelizmente o Brasil não vai conseguir atingir essa meta. Durante a execução do plano nacional de educação, as redes públicas e o próprio MEC não fizeram ações afirmativas de um ponto de vista suficiente para alcançar a meta do Plano Nacional de Educação. A PNAD revelou, também, que a taxa de escolarização de crianças e adolescentes entre 6 e 14 anos se manteve em 99,4%. No entanto a taxa de frequência escolar, que considera a adequação, idade e etapa, apresentou uma queda, atingindo o menor nível desde 2016.

*Com informações da repórter Camila Yunes