Cidades do futuro: quatro tendências em edifícios inteligentes

Os edifícios inteligentes estão se tornando fundamentais para o futuro do planeta. Cada vez mais as novas tecnologias respondem aos desafios climáticos. O tema é uma preocupação generalizada e todos nós podemos nos tornar agentes ativos de mudança ao nos questionarmos como podemos reinventar os nossos espaços urbanos e comunidades.

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), os prédios são responsáveis por 38% das emissões de gases causadores do efeito estufa no mundo. Para a área de construção, esse é um dos principais desafios a serem superados, visto que já existe uma pressão crescente das partes interessadas e das agências reguladoras para reduzir o consumo de energia e diminuir os impactos de carbono de suas instalações. Ao mesmo tempo em que algumas construções já utilizam vidraças com controle de luminosidade e ofuscamento, que aproveitam melhor a luz natural e contribuem para a economia dos gastos com iluminação e do ar-condicionado, gerando benefícios para a conta de energia elétrica e mais conforto para o usuário.

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Os vitrais com controle de luminosidade e ofuscamento são uma das soluções reais que existem para reduzir as emissões de CO2 em um dos setores mais poluentes do mundo. Mas para mitigarmos ainda mais os efeitos das ações climáticas do setor de construção no planeta, é preciso ter em mente quatro estas tendências que poderão servir como guia para o desenvolvimento de edifícios mais sustentáveis, seguros e principalmente focados em seus habitantes:

Eletrificação completa

A previsão é de que o uso de gás natural e petróleo diminua nos espaços de uso residencial e comercial. Isso significa que os proprietários de edifícios poderão acelerar a eletrificação para transformar o sistema AVAC – Aquecimento, Ventilação e ArCondicionado (HVAC: Heating, Ventilating and Air Conditioning). Para isso, é necessária uma abordagem criativa, investimento em tecnologias já existentes, como qualidade do ar automatizada e controle de temperatura, e uma visão holística do edifício.

Além disso, é importante revisar a infraestrutura existente para uma análise precisa do desempenho energético, bem como alavancar soluções focadas no corte de despesas operacionais e na redução das emissões de carbono.

Cibersegurança integrada

A Internet das Coisas (IoT) está se tornando parte da vida das pessoas ao mesclar a tecnologia operacional com as tecnologias da informação. À medida que isso avança, significa que os ataques cibernéticos também podem se tornar mais frequentes e ainda mais sofisticados.

Embora a maioria das pessoas entenda de TI (Tecnologia da Informação), a maior parte delas não compreende OT (Tecnologia Operacional), e a importância de se ter protocolos adequados em caso de incidente. A segurança cibernética avançada, habilitada para inteligência artificial (AI) e machine learning (ML), se tornará fundamental para o projeto de sistemas de tecnologia de construção digitalizada. Além disso, será importante estabelecer protocolos em caso de incidentes e promover a formação de especialistas em cibersegurança.

Edifícios inteligentes e dinâmicos

Edifícios dinamicamente sensíveis já são uma realidade. Isso é possível graças aos algoritmos e às informações fornecidas tanto pela AI quanto pelo ML. Essas ferramentas permitem otimizar a eficiência energética, ao mesmo tempo que apoiam o bem-estar das pessoas.

Atualmente, esses algoritmos podem detectar áreas de oportunidade em edifícios para implementar mudanças significativas imediatas, a fim de reduzir seu impacto energético, sem afetar a experiência de seus habitantes.

Resiliência energética

Na esteira das mudanças e eventos climáticos gerados pela resiliência energética, é importante preparar as infraestruturas essenciais das quais dependem vidas, como hospitais e postos policiais, para qualquer queda de energia, reduzindo seus custos operacionais e aprimorando seus esforços de sustentabilidade. Em caso de desastres naturais, as micro redes e sistemas de armazenamento de energia em baterias são fundamentais para ajudar as cidades a continuar prestando serviços essenciais tão importantes nessas emergências.

Com essas quatros tendências, já não é mais segredo que a tecnologia se tornou uma peça essencial para as construções do futuro. Portanto, seja reduzindo o impacto do carbono, defendendo-se de contra-ataques cibernéticos, otimizando o desempenho energético ou tornando as comunidades mais resilientes em tempos de crise, essas ferramentas inteligentes podem oferecer uma vantagem comercial competitiva, ajudando a reduzir despesas operacionais, promovendo a sustentabilidade e, principalmente, o bem-estar das pessoas e de nossas comunidades. Nesta perspectiva, continuemos a imaginar e a construir as cidades do futuro.

*Sergio González, Gerente General de Honeywell Building Technologies para América Latina