Trump diz ser alvo de nova investigação criminal, desta vez envolvendo ataque ao Capitólio

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode ter adicionado mais um indiciamento em sua lista de problemas com a justiça. Isso porque ele alegou, nesta terça-feira, 18, que recebeu uma carta da Procuradoria sugerindo que ele provavelmente será indiciado criminalmente pelos distúrbios durante o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. “O transtornado Jack Smith, procurador do Departamento de Justiça do (presidente dos Estados Unidos) Joe Biden, enviou uma carta declarando que sou um ALVO da investigação do Grande Júri sobre 6 de janeiro”, afirmou Trump em sua plataforma Truth Social. Naquele dia, apoiadores de Trump invadiram o Capitólio para tentar impedir que a vitória eleitoral do democrata Joe Biden fosse certificada. Trump alega que recebeu um prazo curto de quatro dias para comparecer diante do grande júri, o que, segundo ele, “quase sempre significa Prisão e Indiciamento”. “Esta caça às bruxas tem tudo a ver com interferência eleitoral e um uso completo e total da aplicação da lei como arma política”, disse Trump. O ex-presidente é o favorito entre os republicanos para a indicação de um candidato para a eleição presidencial de 2024.

Uma comissão parlamentar, dissolvida no início deste ano pela nova maioria republicana na câmara baixa, investigou se Trump desempenhou um papel nos atos violentos daquele dia. O painel, formado principalmente por democratas, disse que o ex-presidente havia incentivado seus apoiadores antes do ataque e “falhou em seu dever como comandante-em-chefe” durante os atos violentos. Em seu relatório final divulgado em dezembro de 2022, a comissão concluiu que Donald Trump não deveria ocupar cargos públicos novamente após incitar seus apoiadores à insurreição. Seus membros também recomendaram que os tribunais federais instaurassem processos criminais contra ele, principalmente por incitação à insurreição. Na publicação na Truth Social, Trump argumentou que tem o “direito de protestar” contra uma eleição que está “totalmente convencido de que foi fraudada e roubada” e se considera o novo alvo devido às próximas eleições. “Nada semelhante aconteceu antes em nosso país”, acrescentou. Apesar de dizer que foi indiciado, Trump, no entanto, não especificou as possíveis acusações contra ele nesta nova investigação. De acordo com o Washington Post, uma carta informando a uma pessoa que está sendo investigada não implica que ela será acusada.

Se confirmada, essa será a terceira investigação criminal aberta contra o ex-líder norte-americano. Ele já foi indiciado em uma investigação federal sobre documentos confidenciais, também liderada por Jack Smith, onde é acusado de se recusar a devolver documentos que supostamente guardou quando deixou a Casa Branca. Em meados de junho, ele se declarou não culpado das acusações pelas quais será julgado. Uma audiência de julgamento está marcada para terça-feira. Os promotores do caso querem que o julgamento comece em dezembro, enquanto os advogados de Trump pedem que seja realizado após as eleições presidenciais de novembro de 2024. Nikki Haley, adversária na disputa pela indicação republicana, denunciou nesta terça na Fox News uma “nova distração” que, à margem das primárias, está focando a atenção nos problemas legais do ex-presidente.

O bilionário republicano também foi indiciado pela Procuradoria do Estado de Nova York por várias acusações de fraude contábil, devido a um pagamento feito antes da eleição presidencial de 2016 para silenciar uma atriz pornô. Por fim, uma promotora da Geórgia anunciará, antes de setembro, o resultado de sua investigação sobre a pressão que Trump teria exercido para tentar mudar o resultado das eleições presidenciais de 2020 neste estado do sul do país. Também se soma a essas investigações a condenação, em janeiro, da Trump Organization, que foi condenada, em Nova York, a pagar uma multa de até 1,6 milhão de dólares (R$ 8,3 milhões) por fraude fiscal e financeira. É um caso criminal, mas se espera outro na esfera cível dentro de alguns meses.

*Com informações da AFP