Twitter define limite em meio a briga de Musk com ChatGPT e outros robôs contra raspagem de dados; entenda


Usuários não verificados só poderão ler 600 tuítes por dia em tentativa da plataforma de lidar com ‘níveis extremos’ de coleta de informações por robôs. Bilionário prometeu processar quem rouba dados da plataforma para treinar modelos de inteligência artificial. Elon Musk
Hannibal Hanschke/Reuters
O limite do Twitter para leitura de posts foi definido para lidar com “níveis extremos” de extração de dados, afirmou Elon Musk. O bilionário se referiu a robôs treinados com coleta de informações na internet, o que consome a capacidade dos sites. É o caso do ChatGPT, por exemplo.
Com a decisão, os usuários agora têm os seguintes limites:
Contas verificadas: leitura de até 6 mil posts por dia;
Contas não verificadas: leitura de até 600 posts por dia;
Contas novas não verificadas: leitura de até 300 posts por dia.
Nos últimos meses, Musk tem aumentado as críticas contra as empresas que criam os robôs. Em dezembro, ele acusou a OpenAI, criadora do ChatGPT, de usar dados do Twitter para treinar seus modelos de inteligência artificial.
“Nós tomaremos medidas legais contra aqueles que roubaram nossos dados e esperamos vê-los no tribunal, o que (de forma otimista) será daqui a 2 ou 3 anos”, afrimou em outra ocasião, de acordo com a Reuters.
Em abril, ele também acusou a Microsoft, que fez um investimento bilionário na OpenAI, de desenvolver os seus robôs com uso ilegal de dados do Twitter: “Hora do processo”, escreveu.
Na sexta-feira (30), Musk anunciou que o Twitter também limitaria a visualização de tuítes apenas para usuários logados. A medida seria uma forma de impedir a raspagem de dados que, segundo ele, estava sendo feita por centenas de organizações.
“Estávamos tendo tantos dados roubados que era um serviço degradante para usuários normais”, disse o bilionário.
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Robôs dão prejuízos para sites
Cada acesso, seja de uma pessoa ou de um robô, exige que o site use a capacidade de servidores para exibir a página. No caso da raspagem de dados, esses acessos costumam ser feitos em uma escala muito maior, o que aumenta os custos das plataformas com infraestrutura.
“Da mesma forma que a internet é varrida pelos sites de busca como Google e Bing para indexar o conteúdo que encontra e nos permitir buscar por ele depois, robôs também percorrem o que publicamos nas redes sociais para fazer algo chamado de raspagem de dados” explicou Thiago Ayub, diretor de tecnologia da Sage Networks.
Musk também citou que o Twitter também está sofrendo com a “manipulação do sistema”. Segundo Ayub, o bilionário pode ter se referido a casos de spam e de atividades inautênticas, como as que envolvem seguidores e curtidas falsas.
Reforço contra robôs
Ayub explicou ainda que, apesar de os robôs estarem ficando cada vez melhores, o Twitter poderia reforçar a proteção contra a raspagem não autorizada. “Seria viável e é o que a esmagadora maioria dos sistemas faz”, afirmou o especialista.
Isso acontece, por exemplo, quando um site ou aplicativo pede para usuários digitarem as letras distorcidas em uma imagem, identificar um objeto entre vários ou mostrar seu rosto na câmera.
“São mecanismos para separar os humanos das máquinas na internet, provar que o solicitante da requisição é humano e, portanto, autorizado a prosseguir”, disse.
O Twitter não divulgou mudanças nesse sentido desde que o limite foi anunciado. Com isso, contas que quiserem ter direito a visualizar 6 mil tuítes por dia deverão ter o selo verificado por sua relevância ou assinar o Twitter Blue, versão paga da rede social que custa R$ 42 por mês.
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