Um conselho para todo CFO
Se eu pudesse dar um conselho a qualquer chief financial officer, ou CFO, não seria usar protetor solar, mas sim investir na capacitação de suas equipes para que façam o melhor uso possível da Inteligência Artificial (IA).
“Não trabalhe como uma máquina se você não quer que uma roube seu emprego.” Certamente, você já se deparou com alguma versão desta frase. Todos também já ouvimos alguém ou lemos reportagens sobre o medo de que a IA “roube” empregos, especialmente nas atividades em que a capacidade de analisar um elevado volume de dados e gerar insights para influenciar o negócio é fundamental.
Nos departamentos financeiros, a adoção de IA certamente é um divisor de águas, mas está longe de ser algo a temer (exceto se você encarar as novas possibilidades como uma barreira ao invés de uma oportunidade).
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A Inteligência Artificial, especialmente os recursos de IA Generativa apoiados por aprendizado de máquina (machine learning), pode acelerar processos e analisar dados em uma velocidade que os humanos não são capazes, oferecendo insights valiosos. Recursos para aumentar a produtividade e otimizar tarefas não faltam. O uso de automação robótica de processos (RPA) para conciliação de contas, processamento de faturas e outras ações repetitivas, mas que demandam atenção, são bem documentadas.
A McKinsey estima entre 30% e 50% a redução de tempo para o processamento de transações financeiras com o uso do recurso. Já dados da PwC indicam que a adoção de IA pode aumentar em 40% a produtividade das funções financeiras nas organizações. O que significa mais tempo para analistas, gestores, diretores e CFOs se dedicarem a tarefas mais importantes, de maior valor agregado, como gestão de riscos, planejamento estratégico e análise de desempenho.
Com cerca de sete bilhões de supercomputadores nos bolsos da população, provavelmente estamos à beira da maior oportunidade de criação de valor da história humana.
Números do BofA indicam que nunca as empresas precisaram de tão poucos profissionais para gerar US$ 1 milhão em receita. O número de profissionais necessários para atingir a marca nas empresas que integram o S&P 500 caiu de pouco mais de 6, em 1990, para apenas 2 em 2024. Longe de faturar menos, estas empresas estão liberando o tempo de seus funcionários para atividades mais valiosas, que trazem mais retorno para os indivíduos e para as organizações. Apenas nos últimos quatro anos, os gastos globais com IA em finanças avançaram de US$ 2,7 bilhões para US$ 7,3 bilhões em 2024, segundo projeção da IDC. Um incremento de 170%.
Desde a automação de processos até a análise avançada de dados, as ferramentas de IA oferecem inúmeras vantagens e possibilidades para transformar a maneira como os CFOs e suas equipes gerenciam as finanças das empresas.
Aqueles que abraçarem essas tecnologias agora estarão melhor posicionados para liderar suas empresas no futuro. Os que não se atentarem para as mudanças correm o real risco de perderem seus empregos, mas não porque a IA vai assumi-los. Nós, humanos, é que continuaremos nos atualizando.
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