Evangelista da Veeam, brasileira Julia Morgado inspira mulheres que querem mudar de carreira

Natural de São Paulo e morando nos Estados Unidos há sete anos, Julia Morgado se formou em direito no Brasil, mas não estava satisfeita com sua área e queria mudar de carreira. Em 2016, foi estudar Negócios por dois anos na Universidade de Berkeley, na Califórnia, e logo atuou como gerente de marketing de uma empresa de tecnologia.

Foi nessa oportunidade que entendeu que poderia enveredar pelo caminho da tech. “Estava trabalhando com engenheiros e aprendi um pouco de desenvolvimento web. Comecei, então, a estudar por conta própria sobre Amazon Web Services (AWS) e Kubernetes [sistema de orquestração de contêineres open source que automatiza implementações]”, conta ela.

O ponta pé da sua carreira em tecnologia aconteceu depois que ela fez o bootcamp do 100Devs, que promove capacitação gratuita para futuros desenvolvedores. Ativa nas redes sociais, Julia gosta de disseminar o que aprende no universo digital e foi assim que conheceu Michael Cade, Field CTO da Veeam Software, que ela considera como seu grande mentor. Ela, inclusive, subiu pela primeira vez no palco do VeeamON, que acontece essa semana em Miami*, nos Estados Unidos, para fazer uma demo.

“Gosto de compartilhar projetos, perguntas, dicas e, assim, minha rede de relacionamento foi crescendo. Conectei-me com Michael e nos conhecemos no KubeCon, evento para discutir Kubernetes e foi aí que surgiu a oportunidade de trabalhar na Veeam”, lembra.

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Há quatro meses como evangelista da Veeam, Julia segue sua trilha de estudos. Sua próxima jornada de certificação será o Veeam Certified Engineer (VMCE) Training, que acaba de abrir 150 vagas apenas para mulheres. Podem participar mulheres de todo o mundo em um curso gratuito, que geralmente custa US$ 2,5 mil dólares.

O desenvolvimento de mulheres na tecnologia, inclusive, é uma bandeira de Julia, que quer apoiar cada vez mais o crescimento feminino no setor. “Tudo o que eu estudei foi por conta própria. Então, quero ajudar outras mulheres em suas trilhas de carreira e de mudança de carreira. Muitas não fazem ideia de como começar e quero focar nisso”, revela.

Ela observa, no entanto, que não bastam as mulheres se ajudarem apenas. As empresas também precisam fazer sua parte e desenvolver e contratar mais. “Elas são parte fundamental dessa equação.”

Mudança exige disciplina

Para Julia, que começou sua jornada de transformação de carreira há ano, é possível mudar para a tecnologia, mas é preciso disciplina. “As pessoas começam a estudar desenvolvimento, por exemplo, e em duas semanas não veem resultados mais tangíveis. Tal qual emagrecer, elas se frustram a abandonam as aulas. Mas é uma jornada que exige um certo tempo, errar e aprender”, ensina.

Um dos focos de estudo de Julia no momento são os Kubernetes. Ela observa que aprender sobre o tema foi bastante desafiador, por se tratar de um tema mais técnico e ela não ter nenhum respaldo de formação técnica. “Muitas vezes, a Síndrome de Impostora toma conta de mim”, brinca. Mas ela lembra que tanto na área de tecnologia, como na comunidade open source, quanto na própria Veeam, as pessoas são muito colaborativas e a ajudaram e segue a ajudando muito.

Julia sabe que está apenas no começo dessa jornada, tanto de aprender, quanto de espalhar conhecimento sobre tecnologias. “Encontrei-me na área. Gosto de contribuir com a comunidade open source e ajudar as pessoas a se desenvolverem”, encerra ela, que acredita que pode ser, efetivamente, uma inspiração para outras mulheres.

*A jornalista viajou a convite da Veeam

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