Viajar para comprar iPhone: entenda regras e como saber se vale a pena


Se a viagem tiver apenas esse propósito, provavelmente gastos extras podem superar o valor cobrado no Brasil, e eles podem variar bastante. Veja simulação. iPhone 16 pode custar até R$ 15.499 no Brasil.
Apple
Com o iPhone 16 custando até R$ 15.499 no Brasil, surge uma dúvida: vale a pena usar esse dinheiro para ir até os Estados Unidos e comprar o celular lá, onde os preços costumam ser mais baixos?
É tentador avaliar apenas convertendo para o real os preços do iPhone 16 nos EUA. Lá a nova geração parte de US$ 799 (R$ 4.582, na cotação da última quinta, 12, considerando o Imposto sobre Operações Financeiras, IOF, cobrado em compras internacionais). No Brasil, o preço do celular começa em R$ 7.799 (veja todos os valores).
⚠️ Mas nessa conta é preciso incluir gastos com passagem aérea, impostos, hospedagem, alimentação, etc. E eles podem variar bastante, dependendo de onde você mora e para onde vai.
Se a viagem tiver apenas esse propósito, os gastos extras podem superar facilmente o preço no Brasil (veja abaixo uma simulação feita pelo g1).
Além disso, existem regras para trazer um celular sem pagar imposto de importação: para ser isento e sem limite de valor, ele precisa se enquadrar como um item pessoal. E isso significa que o passageiro não pode estar com dois ou mais aparelhos celulares.
Entenda mais abaixo.
Dólar X real
Uma das principais variáveis nessa conta é a cotação do dólar. Ela influi no valor que, de fato, será pago pelo aparelho lá fora, seja com cartão de crédito, cartão pré-pago ou dinheiro. Todas essas opções incluem a cobrança do IOF e costumam ter taxas bancárias ou de casas de câmbio. Saiba mais aqui.
Por que o dólar turismo é mais caro do que o comercial
É bom destacar que os preços divulgados pela Apple para o iPhone 16 nos EUA não incluem tributos locais sobre o consumo (“sales tax”, que equivalem ao ICMS brasileiro), também cobrados em dólar.
A cotação também impacta nos gastos durante a viagem (hospedagem, transporte, alimentação) e no valor das passagens, que deve ser somado com taxas aeroportuárias e a cobrança adicional para despachar bagagem, se a pessoa quiser.
É preciso contar ainda com outras despesas em reais, como o transporte de ida e volta casa-aeroporto. E, dependendo de onde a pessoa mora, pode ser necessário viajar para outra cidade ou fazer voos extras.
Também vale lembrar que o visto precisa estar válido durante o período da viagem. Se não, é necessário renová-lo e pagar por isso.
Afinal, vale a pena ou não?
O g1 simulou uma viagem aos EUA com o único objetivo de comprar o aparelho. Foi considerada a seguinte situação:
passageiro que mora em São Paulo, partirá do Aeroporto de Guarulhos e já tem o visto em dia;
2 dias entre ida e volta, de 20 de setembro (data em que o iPhone 16 começa a ser vendido nos EUA) até 21 de setembro;
1 pernoite nos EUA;
cotação do dólar em 12 de setembro.
Quais seriam os gastos com a viagem:
✈️ Passagens aéreas: as mais “baratas” com destino aos EUA nas datas pesquisadas eram para Miami. O voo sem escalas e incluindo apenas bagagem de mão saía por R$ 4.467, segundo o Google Voos, já com as taxas aeroportuárias.
🏨 Hospedagem: o menor preço encontrado para 1 pernoite em Miami era R$ 258, com base no Google Hotéis.
🚗 Transporte e alimentação: R$ 573 para a compra de US$ 100, considerando o IOF e outras tarifas.
➡️ Total da simulação de viagem: R$ 5.298.
Abaixo, a partir desse total, veja a comparação entre a compra no Brasil e a compra nos EUA.

É tentador avaliar apenas convertendo para o real os preços do iPhone 16 nos EUA. Lá a nova geração parte de US$ 799 (R$ 4.582, na cotação da última quinta, 12, considerando o Imposto sobre Operações de Crédito, IOF, cobrado mcompras internacionais), enquanto, no Brasil, começa em R$ 7.799 (
E o imposto de importação?
O turista pode trazer um celular do exterior, mas, para não pagar imposto de importação, deve se atentar às regras da Receita Federal:
o celular precisa estar dentro do limite de US$ 1.000;
ou ele pode ser considerado de uso pessoal, que não tem limite de valor e é isento de imposto. Para isso, precisa estar usado, e o passageiro não pode ter um segundo smartphone;
só é possível enquadrar dois celulares como sendo de uso pessoal se o primeiro – que foi levado do Brasil – apresentar defeitos, demonstrando a necessidade da compra do segundo.
Compras acima de US$ 1.000 (R$ 5.627, na conversão direta de 12 de setembro) devem ser declaradas e é preciso pagar o imposto de importação que equivale a 50% do valor excedente. Se o produto não for declarado e for identificado pela Receita, a taxa sobe para 100% do valor excedente.
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