Videogame ou equipamento de reabilitação? Entenda como jogos têm ajudado adolescente após AVC


Enzo recebe terapia de reabilitação pelo SUS numa unidade da rede Lucy Montoro, em São Paulo, utilizando um exoesqueleto. A estrutura articulada ajuda na movimentação do paciente. Entenda como jogos têm ajudado adolescente após um AVC
O Globo Repórter desta sexta-feira (29) mostrou como as novas tecnologias estão desempenhando um papel crucial na reabilitação de pacientes, como o Enzo Furtado. O adolescente teve um AVC no hospital aos 13 anos durante uma internação cheia de complicações por conta de uma cirurgia de apendicite.
Enzo recebe terapia de reabilitação pelo SUS numa unidade da rede Lucy Montoro, em São Paulo, utilizando um exoesqueleto.
A estrutura articulada ajuda na movimentação do paciente, deixando a tarefa mais leve não só porque alivia pesos da gravidade, mas também porque tem tecnologia para estimular até a cognição – o planejamento dos movimentos – e ainda distrai a cabeça usando os jogos eletrônicos.
“Tudo que ele faz de movimento com o equipamento, ele tem resposta na tela. Então, ele tem uma proposta de ativdades em jogos para poder trabalhar os movimentos”, explica a terapeuta ocupacional Tatiana Amodeo Tuacek.
Exoesqueleto conectado a um videogame ajuda em fisioterapia
Reprodução/TV Globo
Ficou fácil, o jogo muda. E cansa bastante, mas o Enzo diz que a reabilitação que lembra o jogo de videogame ajuda.
“Fica menos bem entedioso. Um outro robô que eu faço, não é desses jogos assim, mais trabalhados. É só uma bolinha, fica seguindo. Daí eu fico com sono”, diz o adolescente.
Inteligência artificial, robôs e videogame: as novas tecnologias que têm sido aliadas da medicina
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Progresso notável
O pai, Felipe Furtado, lembra que no início ninguém sabia dizer, se quer se o filho, voltaria a andar:
“Ele acordou do coma, ele não se mexia e não falava. Então, para onde ia isso? A gente não fazia ideia.”
A primeira conquista do Enzo foi caminhar ainda no hospital. “Ele andou no hospital, claro, ainda apoiando. Mas o movimento das penas dele, segundo os médicos, e acertaram, deixava claro que isso era possível”, completa Felipe.
Enzo sofreu AVC aos 13 anos
Reprodução/TV Globo
E aí vieram os passos seguintes. Enzo precisou ir atrás das matérias que perdeu e hoje arruma a mochila da escola como qualquer outro aluno.
A evolução do jovem com a ajuda da tecnologia é orgulho da tia Taisa Monteiro, que acompanha o sobrinho desde o início do tratamento: “Não é fácil você ter que aprender a viver de novo, são muitas mudanças, né? Mas eu nunca vi ele desanimado”, diz.
Após um pouco mais de dois anos de reabilitação, ele ainda realizou o sonho de ver a neve e fez snowboard.
“Foi uma sensação muito boa. O vento batendo na cara, eu conseguir ficar em pé em cima do snow. Foi muito legal” , conta.
Enzo realizou o sonho de ver a neve após dois anos de recuperação.
TV Globo/Reprodução
“Só dois anos nessa batalha com ele, ele perdeu os movimentos dele, ele voltou a andar, ele voltou a ter Independência dele, ele sai com os amigos”, comemora a mãe de Enzo, Fabiana Furtado.
Veja a íntegra do Globo Repórter:
Edição de 29/09/2023
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