X enfrenta queixas na Europa por coleta indevida de dados para IA

O X, antigo Twitter, está sendo alvo de nove denúncias de violação de privacidade em vários países da União Europeia. As acusações alegam que a empresa utilizou os dados pessoais de aproximadamente 60 milhões de usuários para treinar seu chatbot de inteligência artificial, Grok, sem obter o consentimento necessário, uma exigência do Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR).
A Comissão de Proteção de Dados da Irlanda (DPC), responsável pela supervisão do cumprimento do GDPR pela X, já iniciou uma ação legal na Alta Corte da Irlanda, buscando uma liminar para interromper o uso indevido de dados. Nove queixas foram apresentadas às autoridades de proteção de dados em países como Áustria, Bélgica, França, Grécia, Irlanda, Itália, Países Baixos, Polônia e Espanha.
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Max Schrems, presidente da organização de direitos de privacidade noyb, que apoia as denúncias, criticou a aplicação da lei pela DPC como “ineficiente e parcial”. Segundo Schrems, a plataforma deveria ter solicitado o consentimento dos usuários antes de processar seus dados para o treinamento de IA. “As empresas que interagem diretamente com os usuários simplesmente precisam mostrar a eles um prompt de sim/não antes de usar seus dados. Elas fazem isso regularmente para muitas outras coisas, então definitivamente seria possível para o treinamento de IA também”, sugeriu Schrems.
Embora as autoridades estejam tentando intervir, a noyb destaca que ainda não há um método eficaz para os usuários removerem dados que já foram coletados sem seu consentimento.
A situação da X é comparada à da Meta, que suspendeu um plano semelhante de uso de dados para IA após enfrentar queixas e intervenções regulatórias em junho deste ano. No caso da X, a coleta de dados ocorreu de forma discreta por várias semanas, entre maio e agosto, sem que os usuários fossem informados ou tivessem a opção de bloquear o uso de suas informações.
Se a X for considerada culpada de violar o GDPR, poderá enfrentar multas de até 4% do seu faturamento anual global.
*Com informações do TechCrunch
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