Apenas 14% das empresas pretendem investir em blockchain em 2023

O fim do último dia de conteúdo do IT Forum Trancoso foi marcado por um debate sobre Blockchain. A tecnologia, que teve seu protagonismo há poucos anos, parece ainda ter dificuldades para decolar em diversas verticais.

De acordo com dados do estudo “Antes da TI, a Estratégia”, feito anualmente pela IT Mídia, Blockchain configura a penúltima posição entre as tecnologias com perspectiva de investimentos em 2023: apenas 14% das empresas pretendem investir, representando uma queda de 3pp se comparado ao ano anterior.

E essa queda não parece ser uma exceção. O melhor ano em perspectiva da ação de tecnologia de blockcain foi em 2019. Uma das possíveis justificativas, diz Pedro Hagge, gerente de estudos de pesquisas da IT Mídia, é a falta de maturidade sobre a tecnologia.

Ao serem questionados sobre quais temas consideram precisar de mais conhecimento antes de realizar investimentos, 55% dos respondentes disseram Blockchain, atrás somente de Inteligência Artificial (56%) e logo antes de Metaverso (50%).

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Reinaldo Sima, diretor de tecnologia da informação da MRV Engenharia, contou que o início da jornada da companhia aconteceu em 2019, focada em serviços de cartórios. “A história que parecia caminhar para um final feliz, bateu no muro. Estamos em 160 cidades e conseguimos evoluir bem com a tecnologia em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas ficamos um ou dois anos patinando.”

Atualmente, a MRV observa outras aplicações, como para a compra e venda de imóveis. O projeto começou com uma plataforma de mercado e a ideia é evoluir conforme os resultados cheguem, para não cair no mesmo erro do projeto com os cartórios.

Em contrapartida, a Uisa teve uma percepção positiva. Rodrigo Gonçalves, CIO da empresa, explica que o primeiro teste foi lançar um produto com a rastreabilidade completa e, em 60 dias, ele esgotou. Após outros testes, a empresa decidiu colocar em todos os itens para aumentar a transparência da cadeia para os consumidores.

“Nosso foco é mostrar a transparência para o cliente em todos os produtos. Se isso se converter em resultado financeiro, melhor ainda. A ideia agora é que o cliente possa aposentar seu crédito de carbono na nossa plataforma. Fora do mercado brasileiro, o Blockchain está ligado a outras aplicações que não a financeiro, diferente daqui. A nossa estrutura de Blockchain está madura e pronta para um novo passo no segundo semestre de 2023”, comenta ele.

Os executivos também tiveram experiência divergentes na busca de parceiros para seus projetos. Segundo Reinaldo, a busca de startups não foi complicada pois diversas pequenas empresas estavam desafiando o mercado de cartórios e elas tinham o know-how para aplicações de Blockchain. Já Rodrigo teve dificuldade de encontrar parceiros que quisessem participar do projeto ao invés de vender um produto.

A grande lição sobre a tecnologia, para Rodrigo, é encontrar o caso de uso que realmente traga resultados, pois muita coisa é tendência, mas não tem aplicação.

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