Assassinato no aeroporto: impunidade é a causa da crise de segurança
O assassinato do “empresário” criminoso na última sexta-feira (8) em plena luz do dia no aeroporto da maior cidade da América Latina traz reflexões importantes sobre a falência da segurança pública no nosso país. O crime organizado não tem mais limites para afrontar o Estado. Pouco importa se o aeroporto é uma área extremamente policiada e que as chances de fuga são pequenas diante da quantidade de rotas de saída.
O PCC não está nem aí. Executaram um criminoso que desembarcava no aeroporto por ter sido um delator de esquemas que envolviam o PCC com policiais civis e militares. O Estado errou três vezes. Primeiro, porque não conseguiu proteger a testemunha que denunciou o esquema para a Polícia. Por mais que essa opção seja da testemunha, as forças policiais não podem deixar solto um arquivo vivo – e potencial alvo de assassinato – de informações preciosas sobre crimes envolvendo bandidos e policiais.
O Estado erra também, pois permite uma execução num aeroporto internacional, onde bandidos não se intimidaram nenhum pouco em realizar essa ação. E, por enquanto, o Estado erra por ainda não ter capturado os criminosos. Mas o maior erro do Estado é a impunidade. Por mais que esses criminosos sejam pegos, em algum momento, sairão pela porta da frente da cadeia. Aliás, como já aconteceu com chefão do PCC que teve até helicóptero de volta. Enquanto a Justiça for tolerante com a criminalidade, o poder do PCC e a afronta ao Estado brasileiro só tendem a aumentar.
