Ataques cibernéticos expõem fragilidades na infraestrutura global, aponta Adam Meyers, da CrowdStrike

Imagem sombria de um laptop com destaque para um grande ícone vermelho de alerta no centro da tela, simbolizando uma ameaça digital. Há gráficos e elementos visuais em vermelho que remetem a dados e tecnologia, enquanto mãos digitam no teclado, sugerindo um possível ataque cibernético ou atividade maliciosa online (cibersegurança empresas OTRS, empresa)

O volume de ataques cibernéticos orquestrados por estados-nação tem crescido nos últimos anos, representando um desafio cada vez maior para a segurança digital global. Em coletiva de imprensa, Adam Meyers, chefe de operações contra adversários da CrowdStrike, abordou o contexto atual dessas ameaças, destacando as mudanças no perfil dos atacantes e a evolução das técnicas utilizadas. Segundo ele, o foco dos ataques tem se deslocado de ações voltadas ao roubo de dados para ameaças que visam desestabilizar infraestruturas críticas de países, como sistemas de energia e abastecimento de água. 

Meyers explica que as capacidades dos atacantes se ampliaram, o que exige uma adaptação constante das estratégias de defesa. “Não se trata mais apenas de roubo de informações, mas de prejudicar a infraestrutura de uma nação”, disse. 

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A ameaça interna: o papel dos insiders 

Além de atores estatais, Meyers chamou a atenção para o aumento de incidentes envolvendo colaboradores internos. “Insiders, sejam mal-intencionados ou negligentes, continuam a ser um vetor de ameaça significativo, especialmente em setores onde o acesso a dados sensíveis é mais permissivo”, avaliou. 

Ele recomenda que empresas adotem políticas rígidas de controle de acesso e invistam em programas regulares de treinamento e conscientização. “O ser humano é tanto a maior vulnerabilidade quanto o melhor aliado em segurança digital”, pontuou. 

A inteligência artificial como arma e escudo 

A revolução trazida pela inteligência artificial (IA) também ocupa espaço central na análise. Meyers detalhou como a CrowdStrike utiliza a IA para detectar padrões anômalos e prever comportamentos adversários, mas alertou que as mesmas ferramentas podem ser apropriadas por atacantes. “A IA permite que os criminosos automatizem ataques, aumentem sua escala e adaptem suas estratégias com maior precisão”, afirmou. 

Ele sugeriu que as organizações encarem a IA como uma arena de disputa estratégica. “Quem dominar essas tecnologias, seja para defesa ou ataque, terá vantagem no campo cibernético”, destacou. 

O que fazer diante de tal complexidade? 

Para enfrentar as ameaças descritas, Meyers lista medidas que considera imprescindíveis: 

  • Adotar autenticação multifator em todas as aplicações críticas. 
  • Consolidar soluções de segurança na nuvem para aumentar a visibilidade e a capacidade de resposta. 
  • Priorizar auditorias frequentes e exercícios de simulação para identificar vulnerabilidades. 
  • Estabelecer colaborações entre governos, empresas e academia para compartilhar inteligência e desenvolver novas soluções. 

O futuro da cibersegurança 

Encerrando sua análise, Meyers apresentou um prognóstico cauteloso. “Os ataques estão se tornando mais direcionados e difíceis de prever. Para proteger infraestruturas críticas, é necessário um esforço contínuo de adaptação e cooperação internacional”, alerta. Ele também sublinha que setores como energia, transporte e saúde estão especialmente vulneráveis, dado seu papel estratégico e a interconexão crescente de seus sistemas. 

Além disso, ele afirmou que a construção de resiliência digital é outro ponto necessário. Segundo o executivo, uma organização não precisa ser imune a ataques, mas deve ser capaz de se recuperar rapidamente quando sua segurança for comprometida. “Uma organização resiliente não é aquela que nunca é atacada, mas aquela que pode continuar funcionando, mesmo após sofrer um ataque”, finalizou.

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