Bancada negra na Câmara dos Deputados quer tornar Dia da Consciência Negra feriado nacional

O deputado Damião Feliciano (União-PB), coordenador-geral da recém-criada bancada negra da Câmara, afirmou que o grupo não se identifica com a esquerda nem com a direita. Em comemoração ao Dia da Consciência Negra, o parlamentar destacou a intenção de unificar o feriado em todo o país. Além disso, ressaltou que a direção da bancada é composta por políticos de diferentes matizes ideológicas. O objetivo do grupo é realizar reuniões com autoridades em Brasília para discutir questões raciais e buscar um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesta segunda-feira, o deputado do União Brasil foi eleito por aclamação para coordenar a bancada durante um ano. As vice-coordenadoras serão as deputadas Benedita da Silva (PT-RJ), Silvia Cristina (PL-RO) e Talíria Petrone (Psol-RJ). A eleição ocorrerá sempre no dia 20 de novembro. Feliciano destacou que a bancada busca resultados concretos na redução das desigualdades raciais e no combate ao preconceito, e que ficaria satisfeito se fosse possível aprovar uma lei por ano nesse sentido.

O grupo da bancada negra teve uma reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira, para solicitar a votação de um projeto já aprovado no Senado que torna o Dia da Consciência Negra um feriado nacional. O líder do PSD na Câmara, Antonio Brito, afirmou que não há preocupação com divergências internas devido às diferenças ideológicas, pois o objetivo é incluir a todos em um projeto de país. Os deputados também planejam se reunir com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e o presidente do TSE, Alexandre de Moraes. Além disso, o grupo busca uma audiência com o presidente Lula.

A criação da bancada negra foi aprovada no plenário da Câmara, no dia 1º de novembro, com votos de todos os partidos, com exceção do Novo. O PL permitiu que seus parlamentares votassem de acordo com suas convicções, enquanto as demais siglas orientaram seus deputados a apoiar o projeto. Assim como a bancada feminina, o grupo tem assento no Colégio de Líderes e direito a cinco minutos semanais de fala na tribuna, sem gerar aumento de gastos na casa legislativa. A bancada é composta por 31 deputados que se autodeclaram pretos e 91 que se identificam como pardos, totalizando cerca de 24% dos parlamentares da Câmara.