Câmera do celular pode ser invadida com aplicativo espião; veja como se proteger


Criminosos podem usar códigos para controlar celular da vítima e, então, gravar vídeos e tirar fotos, por exemplo. Instalação pode ser feita à distância, mas o mais comum é que aparelho seja infectado por quem consegue acessá-lo presencialmente. Saiba se está sendo vigiado: veja sinais um celular infectado com aplicativo espião
Criminosos podem assumir o controle da câmera do seu celular com a ajuda de aplicativos espiões e códigos maliciosos. Mesmo longe da vítima, uma pessoa pode usar estes recursos para gravar vídeos e tirar fotos sem autorização (veja ao final como se proteger).
A tática é a chamada “execução de código”, em que códigos de programação permitem coletar imagens com o celular da vítima e enviá-las para outra pessoa. Para isso, os bandidos procuram formas de instalar aplicativos no aparelho de quem será espionado.
Com esses aplicativos, os golpistas podem não apenas ativar a câmera, como também ligar o microfone, acessar a localização e abrir e-mails, por exemplo. A ideia é obter material para praticar outros crimes, como extorsão.
Brechas e ‘iscas’ mais comuns
Uma das formas de acessar celulares à distância para infectá-los é mandar links fraudulentos em e-mails e sites que induzem o usuário a instalar o aplicativo.
Até mesmo vídeos enviados em apps de mensagens podem ser usados para camuflar códigos maliciosos, como indicaram especialistas que investigaram a suspeita de espionagem contra o bilionário Jeff Bezos, em 2018.
Mas o método que força o download à distância é considerado caro e não é usado com frequência.
Para contornar esse obstáculo, golpistas buscam outros meios de acessar um aparelho para infectá-lo, como aproveitar celulares que estejam ao seu alcance. Esse tipo de crime pode ser cometido por pessoas conhecidas da vítima ou mesmo funcionários de lojas de assistência técnica.
Monitorar o celular do parceiro é crime
Outras oportunidades visadas pelos criminosos são:
aproveitar eventuais falhas no sistema operacional, em especial os que estão desatualizados, como aconteceu em 2020, quando um pesquisador do Google demonstrou um ataque contra iPhones que estavam ao alcance de sinais de Wi-Fi e Bluetooth
buscar brechas para acessar arquivos salvos em serviços de armazenamento na nuvem – neste caso, os criminosos encontram uma forma de descobrir sua senha para acessar a conta
O que fazer se for vítima?
Invadir um dispositivo para obter informações sem autorização do titular é crime e pode levar a até 5 anos de reclusão, além de multa. Os aplicativos espiões são conhecidos como “stalkerware”, que junta os termos “stalking” e “spyware” (“perseguição” e “programa espião”, em inglês).
Se você desconfiar que o seu celular está sendo espionado, leve o aparelho a um perito confiável e especializado em crimes cibernéticos. O profissional poderá verificar se há aplicativos inesperados no aparelho.
Se a suspeita for confirmada, é importante registrar um boletim de ocorrência em uma delegacia e fazer uma denúncia no Ministério Público.
Como se proteger?
📱 Mantenha Android e iOS atualizados: além de oferecerem novos recursos, o Google e a Apple fazem correções de segurança quando liberam novas versões de seus sistemas
⚠️ Evite preencher dados sobre suas contas em sites suspeitos, como os que prometem dinheiro fácil ou acesso a recursos que não são oferecidos pelos aplicativos
⬇️ Baixe aplicativos apenas na loja oficial do seu celular (Play Store, no Android, ou App Store, no iPhone): aplicativos maliciosos costumam ser oferecidos apenas em lojas alternativas
🔒 Mantenha a tela de bloqueio configurada, preferencialmente com bloqueio automático depois de alguns minutos de inatividade (essa opção está disponível nas configurações do celular)
🖥️ Evite usar a mesma senha em vários serviços, especialmente os que mantém informações sigilosas como as fotos em serviços na nuvem
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Freestocks/Unsplash
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