Ciclone mais poderoso a atingir Mianmar em dez anos matou 60 pessoas, dizem autoridades locais

O ciclone Mocha, que atingiu Mianmar no domingo, 14, deixou pelo menos 60 mortos, afirmaram as autoridades locais, no momento em que a população tenta reconstruir suas casas e aguarda a chegada de ajuda. No estado de Rakhine, no oeste do país, ao menos 41 pessoas morreram na cidade de Bu Ma e na cidade vizinha de Jaung Doke Kar, onde a maioria dos moradores é da minoria muçulmana rohingya, perseguida em Mianmar, anunciaram os líderes locais. Eles são considerados forasteiros, ou seja, não tem direito à cidadania e ao atendimento de saúde. Eles precisam de permissão para deixar suas aldeias em Rakhine. A agência de refugiados da ONU, ACNUR, afirmou que está investigando vários relatos sobre populações rohingya que moravam nesses acampamentos e que aparentemente morreram devido à tempestade. Treze pessoas morreram quando um mosteiro desabou em um vilarejo no distrito de Rathedaung, ao norte da capital de Rakhine, Sittwe, e uma mulher faleceu no desabamento de um prédio em um vilarejo vizinho, segundo a emissora estatal de Mianmar, a MRTV. O líder da cidade de Bu Ma, informou que o número de mortos tende a aumentar, porque ainda há mais de 100 pessoas desaparecidas. Moradores percorrem as ruas do país em busca de seus familiares que foram arratados pela tempestade que acompanhou o ciclone. O ciclone Mocha é o mais poderoso a atingir esta área em uma década, arrancando árvores e cortando as comunicações na maior parte do estado de Rakhine. O balanço oficial divulgado pela junta militar na segunda-feira citava cinco mortes e um número indeterminado de feridos. A China disse que está “disposta a entregar ajuda de emergência para catástrofes”, segundo um comunicado publicado na página do Facebook da embaixada de Pequim em Mianmar.