Como CIOs podem contribuir na antecipação das mudanças organizacionais?

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O cenário dos negócios vem passando por transformações significativas diante de diversas incertezas econômicas resultantes de novos paradigmas como a nova organização do trabalho no período pós-pandemia, instabilidades geopolíticas e discussões cada vez mais relevantes sobre o papel das empresas na promoção e aplicação dos parâmetros associados ao ESG. E a resiliência dos negócios diante deste cenário fluido depende substancialmente da visão estratégica dos CIOs, que atualmente são, por excelência, os grandes responsáveis por antecipar e transformar a cultura organizacional das empresas para que sejam capazes de se adaptar às múltiplas variáveis a que estão sujeitas.

Naturalmente, é muito difícil precisar essas mudanças, dada a grande quantidade de fatores que podem impactar uma organização a uma velocidade sem precedentes na história humana. Com efeito, planos de negócios estáticos e de longo prazo, na maioria das vezes, não fazem o menor sentido. Isto significa que é preciso deixar o planejamento de lado? De maneira alguma. Mas é fundamental que o ato de planejar investimentos estratégicos em TI seja ressignificado.

Se por um lado é difícil saber o que nos espera em termos de inovações tecnológicas no longo prazo, é perfeitamente possível uma empresa saber muito bem aonde se quer chegar. E é aí que entra o CIO. Ao contrário das décadas passadas, este profissional não é apenas o responsável por manter a infraestrutura tecnológica em pleno funcionamento, mas também é o executivo que, junto com seus pares do corpo diretivo, avalia e identifica quais as mudanças que devem ser feitas para que a empresa atinja suas metas. Em outras palavras, a separação entre negócio e tecnologia simplesmente deixou de existir.

Tornou-se fundamental para o CIO garantir que sua organização esteja preparada para enfrentar uma ampla gama de instabilidades, crises e incertezas. Não se limitando apenas a preocupações como ataques cibernéticos, falhas de segurança e confiabilidade, mas também compreendendo que mudanças na sociedade podem desencadear transformações inusitadas na forma de conduzir os negócios. Sendo assim, é evidente que a complexidade da tarefa enfrentada pelo CIO aumentou significativamente à medida que o mercado se expandiu e novas soluções surgiram.

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Anteriormente, a difícil decisão era escolher o modelo de computador adequado para o escritório. No entanto, atualmente, essa decisão envolve uma série de considerações, como a marca, modelo, processador, softwares instalados e fornecedores, além da opção de adquirir o material ou contratar serviços sob demanda em formato “as a service”.

Essa complexidade não se limita apenas a computadores, mas também se estende a notebooks, bancos de dados, softwares, datacenters, sistemas de segurança e toda a infraestrutura interna e externa da empresa, abrangendo uma variedade impressionante de fornecedores e recursos.

Além disso, existe o desafio adicional de implementar e adaptar novas tecnologias aos processos da organização, o que requer um grande esforço da equipe de TI ou a realização de muitos treinamentos internos. Portanto, o papel do CIO tornou-se mais abrangente e complexo, demandando uma abordagem estratégica e altamente adaptável para garantir o sucesso em meio a esse cenário dinâmico e em constante evolução.

E ainda que não seja possível predizer quais serão as next big things, sabemos que o futuro será permeado por inovações que capazes de acelerar cada vez mais a transformação digital nas empresas. Um exemplo disso são os mais recentes processadores móveis de hardware desenvolvidos com a adição de inteligência artificial, capazes de trazer benefícios exclusivos no futuro, tanto para a próxima geração quanto para recursos de criação, produtividade, interface do usuário preditiva e segurança.

Logo, a inteligência artificial nos hardwares pode ajudar a melhorar a eficiência energética e o desempenho dos supercomputadores, permitindo que esses dispositivos possam enfrentar os desafios de computação de alto nível que aumentam a cada dia.

Não seria absurdo afirmar que o processo de desenvolvimento da estratégia corporativa é muito mais importante do que a estratégia em si. Isto porque forçará os CIOs e seus pares a refletirem profundamente sobre os impactos da digitalização a longo prazo e seguidamente enfrentar o desafio de responder a questões complexas e, no fim, acostumarem-se a se reinventar continuamente – o que, na verdade, é o caminho mais seguro para que suas organizações continuem relevantes.

*Sérgio Santos é diretor regional da AMD Brasil

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