CPI do MST: Direção da comissão avalia que governo já tenta ‘minar’ a comissão

Parlamentares que compõe a Mesa Diretora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados que irá apurar as ações do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) avaliam que o governo federal já começou a “minar” a CPI, a partir de monitoramento que fizeram durante o fim de semana. As informações são da repórter Iasmin Costa, da Jovem Pan News. Nesta segunda-feira 22, o relator e o presidente da comissão, deputados federais Ricardo Salles (PL-SP) e Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), além dos vice-presidentes do colegiado, os deputados federais Kim Kataguiri (União Brasil-SP), Fábio Costa (PP-AL) e Evair de Melo (PP-ES), se reuniram para alinhar o andamento dos trabalhos do colegiado. Segundo os parlamentares, o fim de semana serviu como um “termômetro” para que pudessem construir suas percepções sobre como deve se desenrolar a comissão no decorrer das próximas semanas.

Por ora, os deputados estão ouvindo entidades de classe sobre as demandas relacionadas à CPI, mas já têm o plano de trabalho pronto. Na estratégia programada, estão previstas as diligências que podem ser feitas para ajudar nas investigações, como pedidos de quebra de sigilos fiscal, bancário e de dados, requisição de documentos confidenciais de órgãos públicos e solicitação de perícias, exames e vistorias, inclusive busca e apreensão. O plano também já prevê quais ministros de Estado devem ser ouvidos, mesmo que na condição de convocados.

A próxima etapa é ouvir os deputados da base de governo na tentativa de propor critérios que possam evitar desordens e confusões durante as sessões, estabelecendo uma convivência mínima possível dentro do colegiado. O plano de trabalho será apresentado nesta terça-feira, 23, aos demais integrantes da CPI. Na próxima quarta-feira, 24, serão analisados os requerimentos já apresentados. Até o momento, já foram apresentados 24 pedidos, entre eles de convocação de João Pedro Stédile, líder do MST, de José Rainha, líder da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL); e de Ricardo Lewandowski, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).