‘É humanamente deplorável’, diz Freixo sobre participação de delegado que investigou o crime na morte de Marielle

Neste domingo (24), a polícia federal deflagrou uma operação para cumprir mandados de prisão contra os supostos mandantes dos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Entre os alvos da ação estão o deputado federal Chiquinho Brazão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa, que chefiou a Polícia Civil do Rio de Janeiro. Durante o Jornal da Manhã desta segunda-feira (25), Marcelo Freixo, ex-deputado federal e atual presidente da Embratur, foi entrevistado para discutir sobre o assunto. Defensor dos direitos humanos e criador da CPI das Milícias quando era vereador do Rio de Janeiro, ele apontou que imaginar os suspeitos abraçando os parentes da vítima ultrapassa qualquer debate das instituições. Apesar do “misto de emoções”, Freixo questiona como o Rio de Janeiro pode ter um chefe de polícia responsável pela morte de uma vereadora. “Claro que tem uma dose de alívio porque a gente consegue responder às perguntas que há seis anos está fazendo, mas vem outra sensação que não é de alívio, é de frustração”, desabafou. “É humanamente deplorável que alguém que abraçou a família ter participado do crime. Imagine estar com o coração dilacerado e a pessoa que participou da morte de alguém que você ama te abraça e diz que vai estar do seu lado resolvendo. Vai para um lado do deboche, do cinismo, de algo que é muito sério.”

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Freixo fez um paralelo entre ficção e realidade para falar sobre como atua o crime organizado em seu Estado. Mesmo com séries que abordam a criminalidade no Rio de Janeiro alcançarem grande sucesso nos streamings, o presidente da Embratur aponta que a cidade precisa ser levada com mais seriedade para os problemas que são uma realidade para os moradores. Uma investigação da Polícia Federal apontou que a motivação do crime contra Marielle tem relação com a expansão territorial de milícia, apesar dela não ter sido muito atuante nesse tema. Freixo acredita que foi um conjunto de fatores, como a participação na equipe da CPI das Milícias em 2008 e de ser uma mulher negra, que deixaram os assassinos incomodados.