Endividamento dos brasileiros aumenta em dezembro, mas inadimplência registra leve melhora

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou que a proporção de brasileiros endividados aumentou em dezembro de 2023, enquanto a inadimplência registrou uma leve melhora. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), o endividamento caiu em 2023 pela primeira vez desde 2019, enquanto a inadimplência atingiu quase um terço da população. Em novembro, 76,6% das famílias tinham contas a vencer, número que subiu para 77,6% em dezembro de 2023. No entanto, esse resultado ainda é menor do que o registrado em dezembro de 2022, quando 78,0% das famílias estavam endividadas. A CNC ressaltou que a inadimplência é um reflexo do endividamento, causado pela baixa renda dos brasileiros e pela volatilidade da economia do país.

A pesquisa considera como dívidas as contas a vencer em modalidades como cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa. Em relação às contas em atraso, a proporção de consumidores com essa situação diminuiu de 29,0% em novembro para 28,8% em dezembro de 2023. No mesmo período do ano anterior, a proporção era de 30,0%. A parcela de famílias que afirmaram não ter condições de pagar as dívidas atrasadas também apresentou uma queda, passando de 12,5% em novembro para 12,2% em dezembro de 2023. No entanto, esse resultado ainda é maior do que o registrado em dezembro de 2022, quando 11,3% das famílias estavam nessa situação.

Apesar da queda no indicador geral da Peic, a CNC destaca que o endividamento das famílias ainda é uma preocupação, já que oito em cada dez brasileiros possuem uma dívida em seu nome. A taxa de inadimplência anual também apresentou um aumento, passando de 28,9% em 2022 para 29,5% em 2023. A proporção média dos que afirmavam não ter condições de pagar as dívidas em atraso também subiu, de 10,7% para 12,1% no período. A CNC ressalta a importância de programas de renegociação de dívidas bem estruturados, como o Desenrola, que já apresentou resultados positivos.