Entenda o que é um ‘hacker’ e a diferença para ‘cracker’


Para separar o hacker ‘do bem’ e ‘do mal’, foram criados termos que organizam atividades. Especialistas explicam o que cada um deles significa na cibersegurança. Entenda o que é um ‘hacker’ e a diferença para ‘cracker’
Marcos Serra Lima/g1
Embora seja popular e conhecido há muito tempo, o termo “hacker” tem outros significados e ainda gera confusões de entendimento na comunidade.
Em termos gerais, o “hacker” é aquela pessoa que busca falhas de segurança e ajuda a empresa a resolver essas vulnerabilidades. Enquanto, o “cracker” é o “hacker do mal”, que rouba senhas e implementa vírus, por exemplo. (entenda abaixo).
Começando pelo mais popular, “‘hacker” é o nome que foi dado para a pessoa que fuça em sistemas computacionais. Normalmente, o objetivo de um hacker é fazer com que um sistema faça algo que não foi projetado para fazer”, explica Lucas Lago, membro do Instituto Aaron Swartz de Ciberativismo.
Popularmente, ele é chamado de “hacker ético” ou “hacker do bem”. Até mesmo empresas de tecnologia costumam adotá-los em competições de busca de falhas de segurança em seus sistemas. Só que ambos são considerados negativos pela comunidade de cibersegurança:
“Isso porque não existe ‘hacker do bem’ e ‘hacker do mal’. O ‘hacker do mal’ é meramente um criminoso. Ninguém fala ‘frentista do bem’ e ‘frentista do mal’, por exemplo”, diz Marina Ciavatta, especialista em conscientização em segurança da informação.
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E o ‘cracker’ nessa história?
Já o “cracker” seria o hacker mal-intencionado, que aproveita dessas habilidades computacionais para obter vantagens e causar danos.
“Nesse caso, é a pessoa que explora vulnerabilidades para o mal, para extorquir, difamar, para vazar informação confidencial, por exemplo”, explica Angelo Zanini, coordenador do curso de engenharia de computação do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT).
Como alternativa ao “hacker ético” e ao “cracker”, foram criados três termos menos polêmicos: white hat, grey hat e black hat. Traduzindo para português, chapéu branco, chapéu cinza e chapéu preto, respectivamente. Veja o que é cada um:
White hat: é o mesmo que o “hacker ético”, um profissional de segurança dedicado apenas a proteger sistemas;
Grey Hat: é a pessoa que vai mexer em sistemas que estão no ar, sem autorização. Mas ao descobrir uma falha, vai reportar aos responsáveis ou fazer algo que comprove a falha, mas sem efeito nocivo – aqui vai entrar a maioria dos pesquisadores independentes, explica Lucas Lago.
Black hat: é o criminoso. É a pessoa que vai abusar de sistemas para benefício próprio.
“Sendo assim, ‘cracker’ seria o ‘black hat’. Eu gosto da classificação dos chapéus porque ela dá a ideia de que uma pessoa pode transitar livremente entre eles. Não é um negócio estático”, explica Lago.
“Por exemplo, um pesquisador que na universidade é um white hat pode no tempo livre atuar como gray hat – mas vai continuar sendo um hacker”, finaliza.