Síndrome da ressaca: empresas precisam entender IA para não ficar para trás

Executivos discutem sobre a síndrome da ressaca

Maurício Garcia, conselheiro acadêmico da Inteli (Instituto de Tecnologia e Liderança), acredita que o mundo vive uma Síndrome da Ressaca. “A pessoa foi à festa, se divertiu, dormiu até tarde e depois ficou perdida sem saber o que aconteceu. Quando falamos de Inteligência Artificial, desde que começou a história do ChatGPT, muitos estão preocupados, com a sensação de que não conseguem acompanhar”, contextualiza.

Entretanto, diz o especialista, quem já olhava para a tecnologia, não vê uma novidade tão grande, pois a evolução já estava acontecendo. “Muita gente estava de fora, curtindo a festa, agora agora e está em um pânico geral.”

O desafio, diz Garcia, é tirar essas pessoas da ressaca. E isso envolve todas as áreas que que as pessoas consideram dimensionar a IA no lugar correto. Sua opinião abriu um dos painéis do IBM Think São Paulo 2023, na última quarta (16), que teve moderação de Deborah Oliveira, diretora de conteúdo da IT Mídia.

“A inovação pela inovação acontece há séculos. Agora, a tecnologia computacional transformou e acelerou a inovação, trazendo isso muito forte para o dia a dia. Se olharmos para o passado, a tecnologia computacional estava muito ligada à automação, mas isso mudou. Hoje, entendemos que ela pode estar mais próxima das nossas necessidades”, complementa Jorge Iglesias, CEO da Topaz.

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Para exemplificar essas mudanças, Priscila Salles, CCO do Banco Inter, contou um pouco pela Babi – assistente virtual da instituição. Atualmente, ela faz mais de um milhão de interações com clientes por mês. “Já economizamos mais de R$ 4 milhões em um mês e os atendimentos feitos, caso o cliente não retorne em três dias depois, entendemos como resolvido: hoje, essa retenção é de 73%.”

Por fim, Garcia cita as smart schools como um dos futuros da IA. “Os modelos de educação, principalmente de massa, serão completamente transformados pela IA. Eu acredito que exista uma grande oportunidade: os modelos preditivos vão prever se um aluno aprenderá ou não, vai saber os gaps e as preferências do aluno e oferecer trilhas de ensino baseadas nisso.”

Já no mercado financeiro, Iglesias acredita que a IA aproximará os usuários, trazendo uma revolução que está apenas começando. “O Brasil já tem uma com uma pauta de inovação muito forte há muitos anos, desde o Pix, Open Banking, moeda digital. As fronteiras estão diminuindo.”

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