EXCLUSIVO: Engineering foca em IA e BI para crescer no Brasil

O cenário de 2008, quando a Engineering chegou ao Brasil com quatro colaboradores, não é o mesmo de hoje. Atualmente, a companhia ultrapassa o número de mil funcionários e será uma das empresas responsáveis por transformar operações de companhias como TIM, Claro, Sabesp, Eletrobrás, Nestlé, Volvo e Pfizer.

Filippo Di Cesare, CEO Latam da Engineering, em entrevista exclusiva ao IT Forum, revela que a matriz fez um investimento de R$ 100 milhões na filial brasileira, que está focada no Centro de Competência de Inteligência Artificial e BI. A empresa prevê um crescimento de 10% esse ano, contabilizando cerca de R$ 350 milhões.

Com uma atuação tímida na América Latina (a presença física é apenas aqui e na Argentina), o Brasil, naturalmente, é o maior mercado da região. “Nossa empresa é muito consumida na Itália, mas o Brasil já passou outros países, como Alemanha, México e Estados Unidos. Por sua importância de mercado, por ser muito digital e por ser um país continental, é um país caracterizado de forma diferente de outros”, diz o executivo.

Segundo Filippo, o mercado nacional é bastante interessante e, às vezes, as dinâmicas acontecem primeiro aqui e depois no Velho Continente. “Do ponto de vista digital, o Brasil é um campo de batalhas super relevante. O que der certo aqui, também dará certo lá. Vamos tirar os preconceitos sobre o primeiro ou o segundo mundo: se falamos de dinâmica digitais e de negócios, early adopters que temos aqui, é um mercado super antenado.”

Leia mais: IA generativa é novo passo da ServiceNow para automação de workflow

O foco em IA e BI, diz o CEO, tem duas vertentes: um olhar estratégico como consultoria de negócios e outro oportunístico com o lançamento de produtos. Ele cita as, cada vez mais rápidas, mudanças de empresas mais valiosas do mundo e a importância de usar os dados para se manter relevante. Além disso, para adaptar-se rapidamente, é preciso ter uma arquitetura de negócios junto com uma operação tecnológica que permita essa adaptação. Daí a importância de ambas as tecnologias.

Na área de produtos, a empresa lançou no Web Summit Rio, duas ferramentas. A primeira delas, chamada Dhuo Data, permite coletar os dados a partir de mais de 300 tipos de conectores parar criar um pipeline eficiente. A segunda, denominada Dhuo, propõe acelerar a geração de receitas por meio de iniciativas digitais com a plataforma de gestão de APIs e integrações.

“Por natureza, temos duas verticais que são mais relevantes na receita, telecomunicações/mídia e energy utilities. Entretanto, produtos que são digitais nos permitem explorar em outras áreas, como varejo. Estamos trabalhando em várias frentes, acho que o varejo é o principal. Estamos indo mais devagar do que poderíamos pela demanda, pois é algo relativamente novo”, diz o executvo.

Segundo ele, até 15 anos atrás, domínio e conhecimento dos processos de negócio importavam mais. Já hoje, “o domínio de como a tecnologia ajuda é tão relevante quanto. Estamos entrando em verticais que não conhecemos bem os processos, mas os clientes falam: o processo eu conheço e te ensino”, afirma Filippo.

Sobre os recentes layoffs em empresas de tecnologia de todo o mundo, o CEO frisa que essa é uma oportunidade para contratar os melhores profissionais. Por isso, pode ser que existam substituições internas. Antes tinha muita procura no mercado e foi preciso contratar sem tanto preciosismo.

“Essa é uma oportunidade de olhar para ter a melhor pirâmide. Nosso crescimento não permite ter uma caída do orgânico. Vamos reorganizar a pirâmide porque tem mais disponibilidade do mercado e muitas possibilidades de ajustar a pirâmide de profissionais sênior da empresa”, finaliza.

Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!