Furukawa inaugura nova planta em Curitiba

Equipe da Furukawa diante da fábrica recém aberta em Curitiba (PR)
CEO do grupo Furukawa no mundo, Hideya Moridaira, e seu Chairman, Keiichi Kobayashi à frente da equipe no parque fabricl que está com nova planta dedicada à optoeletrônica, em Curitiba (PR)

Curitiba* – Ao celebrar 50 anos no Brasil, a Furukawa Eletric inaugura nova linha de produtos para conectividade óptica na fábrica localizada em Curitiba (PR). A empresa investiu R$ 30 milhões no projeto.

Em paralelo, a empresa também inaugura uma nova planta industrial, a Furukawa Industrial Optoeletrônica (FIO), anexa à sua fábrica atual. Concentrará a produção de conectividade óptica e soluções de última geração para redes neutras e multisserviços, incluindo 5G e para datacenters.

“Paciência e continuidade. Essa é a nossa filosofia. A empresa não veio para ganhar alguns clientes. Veio para ficar”, assinala Foad Shaikhzadeh, CEO da empresa no Brasil e para América Latina.

Paciência é o retrato da trajetória da empresa no Brasil. Quando o capital japonês decidiu aportar aqui, nos idos anos da década de 70, e abrir a primeira subsidiária fora da sede, poucos anos depois os sócios tiveram o primeiro choque de realidade brasileira. Acreditando no planejamento centralizado do regime militar, o grupo investiu firme para atender ao segundo PND (Plano Nacional de Desenvolvimento), que não foi para frente.

“Cada sofrimento que passamos nos ajudou a desenvolver novas soluções”, recorda Foad. Passados mais alguns anos, a empresa volta a enfrentar outro baque, com o estouro da bolha da internet no início deste século, quando estava bastante comprometida com projetos de que caíram de roldão com o estouro da bolha.  Nessa crise, estavam, por exemplo, dois grandes clientes da fabricante japonesa: a Eletronet, que demorou 10 anos para se recuperar (e renegociar os contratos com os fornecedores ), e a TV Cidade.

Mas, foi passando por sustos como esse que a Furukawa decidiu ampliar sua linha de produção, partindo para a fabricação de  fibras e produtos de conectividade óptica.

Este ano, avalia Foad, o mercado brasileiro de banda larga fixa  deverá voltar aos patamares de 2019, depois da grande antecipação de investimentos que ocorreu durante a pandemia do Covid. Mas, como a Furukawa é uma empresa global, o aumento dos juros na Europa e a oscilante economia dos Estados Unidos também afetam o resultado da fabricante.

Mais uma vez, mesmo com cenário adverso internamente e nos mercados mais maduros, a empresa mantém investimentos na criação de novos produtos e tecnologias. Com projeção de faturar R$ 1,5 bilhão este ano, pretende crescer 10% ao ano nos próximos cinco anos.

Fábrica

A nova planta fabril, conhecida como FIO – Furukawa Industrial Optoeletrônica, onde são fabricadas as principais linhas dos produtos para a conectividade óptica da empresa, já nasceu sustentável, com 700 painéis solares que a alimentam.

Nessa nova instalação estão sendo fabricados o InvisLight, a fibra óptica “invisível” da Furukawa. Criada para ser instalada dentro das residências e escritórios, a fibra óptica (quase) invisível pode, na verdade,  fazer com que a banda larga contratada pelo cliente chegue em todos os cômodos das residências com a mesma velocidade e latência, acabando com as barreiras das conexões WiFi.

A Furukawa Eletric já vendeu o primeiro grande lote dessa fibra  para a Telefónica da Espanha e para a Vivo no Brasil. Mas a intenção da fabricante é fazer dela um produto de massa. Por isso, a partir do próximo ano, estará comercializando em pontos de venda um kit com essa fibra para auto-instalação do próprio consumidor. Nesse kit, estarão presentes pelo menos 40 metros da fibra invisível, dois aparelhos conversores, que transformam eletricidade em luz, e o cabo para a conexão com o roteador WiFi.

Inovação

Com investimentos de mais de R$ 60 milhões em pesquisa e desenvolvimento no país por ano, a Furukawa tem o gene da inovação e da tropicalização dos produtos. E é isso que fez com o novo cabo de fibra óptica, o Rollable Ribbon, antes só fabricado no Japão e Estados Unidos.

Esse novo cabo pode reunir 1.728 fibras. “Atualmente, os cabos de maior capacidade suportam 288 fibras”, explica Hélio Durigan, vice-presidente executivo da empresa. Com essa capacidade, que pode chegar a mais de 6 mil fibras em cada cabo, a empresa vê como o principal mercado o  de data centers. Esse novo produto, de alta compactação, também pode ser adaptado aos congestionados dutos das grandes cidades brasileiras. “Buscamos sempre tender a demanda futura do mercado local e trazer a solução para o presente”, completou Foad.

Para marcar o início das comemorações das bodas de prata, o CEO do grupo, Hideya Moridaira e seu Chairman, Keiichi Kobayashi também circularam pelas novas instalações fabris. E, disse Moridaira: “construímos um legado. Estamos empolgados com a jornada”.

*A jornalista viajou a convite da Furukawa

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